Coluna alta roda extra “ exemplo que vem de cima
-
fotos: divulgação
em 2014 a fórmula 1 entrará em uma nova era e os primeiros motores para a próxima temporada começam a ser revelados. diminuir o consumo de combustível, aproveitar energia desperdiçada em forma de calor nos freios e sistema de escapamento e admitir ajuda de motores elétricos estão entre os bons exemplos que a categoria máxima do automobilismo deixa para os carros comuns.
depois de muita discussão, se chegou à mais significativa mudança técnica dos últimos 20 anos. além da redução de cilindrada de 3 litros para 1,6 litro e da troca do motor v-8 aspirado, injeção indireta de gasolina por um v-6 com um único turbocompressor e injeção direta, a eficiência no uso de combustível ficou 35% maior, apesar de superior em potência.
os novos monopostos de f-1 são classificados como veículos híbridos e podem contar com sistema de recuperação de energia (ers, na sigla em inglês). estão equipados com duas unidades elétricas de motor-gerador reversíveis (mgu, em inglês).
uma mgu, acoplada à árvore de manivelas do motor a combustão, recupera ou fornece potência de até 163 cv, nível imposto por regulamento. sob frenagem, opera como gerador para ajudar os freios (reduz a dissipação de calor) e recupera parte da energia cinética, convertendo-a em eletricidade. sob aceleração, aproveita a eletricidade (armazenada no ers e/ou na segunda mgu) e atua como motor auxiliar para impulsionar o carro.
a segunda mgu fica conectada ao turbocompressor, conforme a coluna adiantou no final do ano passado. opera como gerador ao recuperar energia térmica dos gases de escapamento que movem aquela turbina. a energia elétrica pode ser direcionada à primeira mgu ou à bateria do carro para uso posterior. essa mgu também funciona como motor para controlar o desempenho do turbo: ora diminui sua velocidade em altas rotações para evitar excesso de ar, ora aumenta sua velocidade para compensar a inércia dos gases em baixas rotações e cortar o atraso de resposta do acelerador (conhecido como turbolag).
já o ers funciona do mesmo modo que o atual kers (sistema de recuperação de energia cinética, em inglês), porém com dobro da potência (163 cv) e desempenho 10 vezes maior. segundo o diretor técnico da renault para novos motores de f-1, naoki tokunaga, o gerenciamento de energia será bastante complexo.
esse gerenciamento inteligente terá que decidir quando e quanto de combustível sairá do tanque, pois há um limite de consumo de 100 kg/h antes inexistente, e, da mesma forma, a quantidade de energia usada ou recolocada na bateria para que esta não se esgote em duas voltas. em 2013, o kers é usado em alguns trechos de cada volta. mas, no próximo ano, para aproveitar o máximo de potência disponível de duas fontes, dependerá do uso do acelerador, velocidade em curvas, aerodinâmica do carro e de cada tipo de circuito.”
_não seria exagero afirmar que os f-1 de 2014 serão, provavelmente, as máquinas mais eficientes no uso de combustível e energia disponíveis para rodar_.
ruído dos motores, que tanto atrai o público, será menor. de fato, os novos vão girar a apenas 15.000 rpm (3.000 rpm abaixo), porém com certeza não deixarão ninguém dormir nas arquibancadas. haverá pressão sonora mais do que suficiente.