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Acerto weber 40 idf ap 1.8 alc

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  • A Offline
    A Offline
    alainiori
    escreveu em última edição por
    #1

    olá preparadores de plantão. eu tive muita ajuda no acerto com os comentários deste fórum. comprei uma 40 idf nova feita na espanha e apanhei muito para acertar ela, eu estava com o mesmo problema que o nosso amigo ap millenove, por causa da giclagem alta ela ficava alimentando pelo principal mesmo sem precisar, aí dá excesso e o consumo em estrada, mantendo uns 100, 120, fica horrível, o meu versailles tava fazendo 6 na estrada de boa, tá loko. se eu deixasse a giclagem alta, em alta ficava bom, em baixa, só na casca, ficava dando excesso, se eu deixasse a giclagem baixa, na casca ficava com, em alta dava falta. resolvi o problema colocando dois econostats (canos de cobre que saem da cuba,passam pela tampa e entram no corpo onde ficam o venturi e o difusor. usei 2 canos de freio,que precisam ser de cobre,na medida 3/16 de polegada,ou 4,75mm,só que necessita fazer uma redução na entrada, acabou ficando com 1,60mm,reduzi com estanho e furei,deste jeito eu consigo deixar a giclagem mais baixa, que fica bom em baixa e quando acelera estes dois tubos alimentam com todo álcool que o motor precisa em alta.quanto mais baixo deixar estes canos,mais cedo começa a alimentar por ele.ficou assim:

    antes do econostat

    caneta f7

    venturi 28

    lenta 60

    injetores 70 com válvula 00,sem retorno,tampei o retorno com a ponta de um pino muito fino

    principal 260

    respiro principal 200

    nível 20mm da tampa até ponta da bóia,ficou bem baixo,mesmo assim alimentava na transição

    depois do econostat

    principal 180

    o resto permaneceu o mesmo

    o econostat deve ficar mais ou menos na metade do difusor,no meu caso ficou bom assim.

    mas o acerto final é andando mesmo.

    espero ter ajudado.

    1 Resposta Última resposta
    • A Offline
      A Offline
      AdrianoAP1900
      escreveu em última edição por
      #2

      **ola amigo ajuda sim esta informaçao , acabei me desfazendo de minha weber , ela estava mto fuçada e que ja adiquiri ela assim . mas com sua informaçao vou tmbm comprar uma nova , inclusive se puder me dizer aonde comprou a sua fico grato. a 3e de opala 6cc que uso e mto boa mas nao se compara a weber , com a weber meu gol fica com a terceira bem cavala , ele chega a sair com a frente de lado como se tivesse perdido a direçao , a senssaçao e alucinante eu particulamente adoro.

      caro colega seu carro agora esta com qual consumo em estrada e cidade ?

      obrigado…abraçoss**

      1 Resposta Última resposta
      • S Offline
        S Offline
        spyder
        escreveu em última edição por
        #3

        desculpe-me amigo, mas o que tu chama de acerto weber 40 , eu chamaria de como acabar com uma weber 40 .

        espero que o artigo seguinte te ponha no bom caminho, pq tá tudo errado no teu acerto …estuda e aproveita. eu acertei uma na gasolina p ap 1.8 gasolina uando esses conceitos e ficou filé. econômica e andadora.

        dicas carburadores weber

        sergio granato

        edição 01 agosto 2009

        página 1 (20)

        sempre fui grande entusiasta da preparação de motores. quando comecei a lidar com

        isto, lá pelo começo da década de 80, eram muito raros os carros de rua preparados

        aqui em curitiba usando turbinas. na época não haviam estes kits para turbos que

        hoje se encontram com tanta facilidade. assim praticamente todo mundo usava motor

        aspirado. injeção de combustível então, nem pensar. na época se você tinha um

        motor considerado forte, usava carburadores weber. ainda assim eram poucos. não

        se conseguia importar nada legalmente. para por as mãos numa weber na época, só

        trazendo na bagagem numa viagem ao exterior. felizmente tudo mudou e hoje já é

        possível comprar um carburador weber de praticamente qualquer modelo, novo, na

        caixa, e por um preço bem decente. também há disponibilidade de peças de

        reposição, até de fabricação nacional.

        como é o caso de muita gente, a minha primeira weber foi a popular idf 40. usava

        num vw ap800 a álcool. isto deve ter sido por volta de 1995. fiz muitas experiências

        com aquele carburador. uns dois anos mais tarde comprei 02 dcoes 45. sem a

        menor sombra de dúvida, os melhores carburadores que já tive, também montadas

        num ap800 a álcool.

        com o passar dos anos, acumulei alguma experiência com o acerto destes

        carburadores. nem de longe posso dizer que sei tudo. porém, tenho visto muita gente

        boa às vezes até desistir de usar este tipo de equipamento, por estar cometendo erros

        muito básicos a nível de instalação e acerto. por isso resolvi escrever este texto. vou

        tentar colocar aqui tudo o que aprendi, na maior parte das vezes por experiência

        própria, na base da tentativa e erro, mas também lendo e pesquisando, principalmente

        na web.

        acerto de carburadores weber

        a regra básica sobre webers, quase o enunciado de um teorema, é a seguinte:

        webers sempre dão acerto. não interessa em que motor estão montadas, nem o

        combustível que estão usando. É sempre possível fazê-las funcionar e, elas realmente

        funcionam muito bem.

        assim, recomendo um pouco de paciência e carinho no trabalho de afinamento de

        uma weber. o resultado final sempre valerá a pena.

        quando a gente instala uma weber, a gente não quer que ela apenas funcione.

        funcionando o motor já estava com o carburador original. o que a gente quer é que

        ela transforme todo o seu potencial em desempenho, muito desempenho...

        o erro mais comum: o fornecimento de combustível.

        também sofri muito com este problema e hoje vejo que teria economizado muito

        dinheiro e tempo se tivesse respeitado este requisito básico. assim, muita atenção: a

        pressão de combustível máxima de trabalho de uma weber de qualquer modelo é 3

        psi. isto dá aproximadamente 0.2 bar. parece pouco, mas isso corresponde a 2

        metros de coluna d água. É suficiente. webers precisam de uma fonte de combustível

        em baixa pressão e alta vazão. regra geral, as bombas mecânicas da maioria dos

        motores nacionais não servem. uma das bombas se adapta, com restrições, é a do

        vw ap. a pressão entregue é de aproximadamente 0.22 bar, mas a vazão é

        insuficiente.

        a quase totalidade das falhas, problemas e dificuldades de acerto de uma weber

        decorrem exatamente deste fator. a pressão de combustível está incorreta,

        geralmente muito alta, e a vazão, geralmente insuficiente. com pressões de

        combustível ao nível de 0.5 bar, que é onde a maioria da bombas funcionam, o nível

        de combustível na cuba da weber estará muito longe do correto. nestas condições, se

        o ajuste de fábrica do nível de bóia for deixado, deverá ocorrer gotejamento de

        combustível na marcha lenta e a entrada do circuito principal estará ocorrendo antes

        do correto. as conseqüências mais comuns são consumo de combustível muito

        elevado e desempenho ruim.

        hoje em dia todo mundo usa bomba elétrica, então aqui vai uma dica importante. os

        dosadores de fabricação nacional disponíveis no mercado não conseguem regular

        uma pressão de combustível abaixo de 0.45 bar. o que fazer ?

        para corrigir o problema de excesso de combustível devido à alta pressão, a maioria

        dos preparadores vai reajustar o nível da bóia para baixo. isto nem sempre funciona,

        até porque as válvulas de bóia de tamanhos acima de 250 normalmente usadas não

        vão conseguir segurar esta pressão por muito tempo. o resultado final é ruim. e

        depois há também o problema de que com a bóia ajustada incorretamente, vai ocorrer

        falta de combustível em regime de alta potência.

        a sugestão aqui é simples, e funciona muito bem. É necessário desmontar o dosador

        e efetuar um rebaixamento no assento da mola do diafragma. o ideal é fazer isto num

        torno. a recomendação aqui é deixar a altura da mola nivelada com a superfície do

        dosador, como nas fotos.

        altura da mola na configuração original, com pré-carga no dosador azul:

        altura da mola na configuração final, sem pré-carga, no dosador alaranjado:

        nesta foto abaixo é possível ver o retrabalho realizado do assento da mola no dosador

        alaranjado.

        existe ainda um outro erro relativamente comum na instalação de bombas elétricas em

        veículos originalmente carburados com bomba mecânica. É justamente a questão do

        retorno do combustível para o tanque. o dosador, ou regulador, faz a regulagem da

        pressão do combustível controlando o fluxo do combustível na linha de retorno. assim,

        para que o sistema funcione adequadamente, esta linha de retorno deve oferecer a

        mínima restrição possível ao fluxo do combustível. os enganos mais comuns e fatais

        neste item:

        conectar o retorno na antiga linha de alimentação no corpo da bóia do tanque.

        o diâmetro deste nípel na entrada do pescador, em geral é de 6 mm e é

        insuficiente. a linha de retorno nunca pode ser menor do que 8 mm (ou 5/16 ),

        em nenhum ponto. não adianta usar uma mangueira de 8 mm e no final

        conectar a um nípel de 6 mm.

        conectar o retorno na linha de alimentação da bomba. neste caso pode ocorrer

        inclusive variação da pressão do combustível em diferentes regimes de

        trabalho do motor.

        resumindo:

        1. o nípel de retorno deve ter diâmetro nominal de no mínimo 8 mm.

        2. deve estar instalado no tanque, e num ponto alto. se for deixado num ponto

        baixo, sempre haverá pressão estática do combustível agindo contra o fluxo do

        retorno.

        3. a linha de retorno não pode ter perdas de carga muito grandes, como, por

        exemplo, causadas por nípeis cotovelo (90 graus), dobras ou curvas muito

        acentuadas e comprimento excessivo.

        4. nunca instale o dosador na parede de fogo ou em qualquer lugar no cofre do

        motor. o lugar dele é lá embaixo bem perto da bomba e, principalmente, do

        tanque de combustível. o ideal é manter a linha de retorno abaixo de 1 metro

        de comprimento. a única linha de combustível que vai até o cofre do motor é a

        de alimentação.

        isto posto, se a sua pressão de combustível está correta, vamos então ao que

        interessa.

        ajuste do nível da bóia

        outra questão absolutamente essencial. se a sua weber saiu da caixa na sua mão, é

        grande a chance de não ser necessário fazer nada. porém, como seguro morreu de

        velho, é bom verificar. basicamente existem 03 ajustes diferentes, em todos os casos

        as medidas são realizadas com a tampa do carburador na posição vertical, com a bóia

        em pêndulo apenas encostada na agulha:

        1. idf (todas): 10 mm

        2. dcoe 45/50/55: 8.5 mm

        3. dcoe 40/48: 8mm

        não adianta inventar moda. este ajuste é essencial.

        o tamanho da sua weber

        vamos ter que abrir aqui um parêntesis e falar de um assunto que aparentemente

        deveria estar no início. o sujeito pega uma weber com borboletas de 40 mm e acha

        que está com um canhão de cano duplo na mão. não é bem a verdade. o engano se

        origina no fato de que as pessoas comparam as webers com carburadores duplos que

        são equipamento original. o problema está em que estes carburadores duplos

        originais, de duplo estágio ou simultâneos, com o acionamento do segundo estágio a

        vácuo ou mecânico, não importa, são todos rateados (do inglês rated) em 3

        polegadas de mercúrio de vácuo. o que isto quer dizer é quer dizer que a vazão de ar

        nominal, expressa em qualquer unidade, seja litros por minuto, metros cúbicos por

        hora, pés cúbicos por minuto (ou cfm do inglês: cubic feet per minute), corresponde

        a um abaixamento da pressão estática (não é perda de carga ) ao nível da máxima

        constrição do venturi, de 3 polegas de mercúrio (in hg = inches of mercury) de altura

        manométrica. assim, aquele carburadorzinho original do seu motor, com aquelas

        borboletinhas de vinte e poucos milímetros e venturis minúsculos, opera neste nível de

        vácuo. a única exceção se faz no caso das célebres qadrijets usadas comumente em

        v8s. neste caso o rating se faz com 1.5 polegas de mercúrio (in hg). estes

        carburadores já são considerados de alta performance.

        webers obedecem a regras diferentes. aquele venturi de 28 mm original da idf 40,

        numa instalação de alta performance com uma borboleta por cilindro (2 carburadores

        combinados) num motor com cerca de 450 cc por cilindro, o que seria o caso de um

        ap800 original, está suficiente para cerca de 5000 rpm (rotação de máxima potência).

        a regra aqui é seguir o gráfico:

        expandir esta imagemreduzir esta imagem ver em tamanho real

        para conseguir jogar a potência máxima nos 6000 rpm, os venturis neste caso já

        teriam que ser de 33 mm. observar aqui que a weber não fala em tamanho da

        borboleta neste gráfico. o que manda é o tamanho do venturi. o tamanho da

        borboleta será definido mediante uma relação com o tamanho do venturi desejado. as

        relações mais usuais ficam em torno de 1.25, ou seja:

        borboleta = venturi x 1.25

        esta relação já está intrínseca nas webers com venturis de 36mm, como é o caso da

        idf44 (1.22) e da dcoe45 (1.25).

        a idf40 escapa um pouco a esta regra, fornecendo uma relação de: 28/40 = 1.43,

        também seguido pela dcoe40: 40/30 = 1.33. estes dois casos são de carburadores

        weber não considerados de alta performance, ou mais apropriados para motores de

        pequena cilindrada e uso corriqueiro.

        usando a relação de 1.25, a idf40 (ou a dcoe40) poderia utilizar um venturi de até

        32 mm. ainda assim, o rating deste carburador estaria abaixo dos 6000 rpm, para o

        motor indicado acima.

        moral da história, as webers são dimensionalmente grandes , mas o seu

        funcionamento é regido por princípios diferentes de todos os outros carburadores.

        tudo bem, todo mundo usa a idf40. eu também tenho duas num ap arrombado para

        1950 cc com pistões de monza. o problema aí que vamos ter que usar venturis

        maiores e o acerto fica mais complicado.

        esta regra não vale para instalações com 1 venturi alimentando 2 cilindros ou mesmo

        3 cilindros, como é o caso de 1 idf40 montada num motor de 4 cilindros, o que é

        muito comum. neste caso a depressão causada pela vazão de ar muito maior, será

        também muito maior do que o rating original da weber. o acerto do carburador assim

        muda bastante. na dúvida, entretanto vale a regra básica: webers sempre dão acerto.

        como você acabou seguindo a orientação do seu preparador que disse que as 40s

        estavam de bom tamanho para usar num ap2000 arrombado para 2100 cc, e no final

        das contas você comprou as suas weber usadas mesmo, vamos então falar do acerto

        propriamente dito.

        tubos de emulsão

        popularmente conhecidos como canetas. por que emulsão e não mistura é porque ar

        e combustível líquido não são miscíveis, ou seja, não misturam realmente. uma

        emulsão é sempre instável. os componentes de uma emulsão se separam facilmente.

        É mais ou menos como água e óleo. se você agitar bastante, pode-se conseguir uma

        emulsão. mas se deixar descansando, eles se separam.

        a função do tubo de emulsão não é na verdade fornecer ao motor uma emulsão

        ar/combustível, isto acaba acontecendo como uma consequência secundária. a sua

        função principal é a de corrigir ou acertar a relação ar/combustível. até por isso, o

        tubo de emulsão também é chamado de tubo corretor. em última análise, a caneta

        tem a função de frenar ou segurar o combustível que é entregue ao motor. se isso

        não acontecesse, a mistura fornecida pelo carburador enriqueceria continuamente até

        que o motor parasse de funcionar por excesso de combustível.

        mas, como isso é feito ?

        canetas sempre são tubos (cilindros ôcos) furados lateralmente, sempre estão

        imersos em combustível e com a extremidade superior exposta ao ar atmosférico e

        estão sempre instalados na posição vertical. além disso, as canetas são sempre

        instaladas numa câmara cilindrica que recebe combustível a partir da cuba do

        carburador pela sua extremidade inferior. a entrada de combustível para esta câmara

        é controlada por um giclê. também a extremidade superior, que é aberta à atmosfera,

        tem o seu diâmetro ou tamanho calibrado por um giclê. em última análise, o

        combustível fornecido ao motor, não vem diretamente da cuba, mas da câmara da

        caneta.

        o desenho de uma caneta varia em função de 2 características principais:

        1. diâmetro externo.

        2. posição e quantidade dos furos laterais.

        geralmente também o giclê de lenta recebe combustível a partir da câmara da caneta

        e não da cuba. isto até faz o processo de emulsão com ar começar mais cêdo. vamos

        ver logo adiante porque.

        na medida em que a borboleta vai se abrindo, até o ponto em que a vazão de ar é

        suficente para arrastar combustível a partir da câmara da caneta, este combustível é

        debitado ou flui de 2 fontes: a partir do volume definido entre o diâmetro externo da

        caneta e o diâmetro interno da câmara, mas também a partir do volume interno da

        caneta. este combsutível que estava dentro da caneta, na medida em que vai sendo

        consumido, o seu nível cai. quando o nível chega ao ponto onde está o primeiro furo

        lateral na caneta, então ar passa ser arrastado junto com o combustível pelo motor.

        neste ponto começa a ocorrer a emulsão. como ar está sendo arrastado junto com

        combustível, a quantidade de combustível arrastada diminui. assim acontece o efeito

        de frenagem ou correção. o nível do combustível existente no volume externo à

        caneta é mantido continuamente pelo efeito de vasos comunicantes a partir da cuba e

        é controlado pelo giclê principal. neste ponto, fica fácil de entender estas questões

        bem básicas:

        1. quanto menor for a quantidade de furos laterais na caneta, menor é a sua

        capacidade de frenagem e a mistura entregue ao motor fica mais rica.

        2. quanto mais baixa na caneta for a posição da primeira linha de furos laterais,

        mais tarde ocorre o início do processo de frenagem ou correção e, assim a

        mistura no carburador é enriquecida mais rapidamente. a recíproca é

        verdadeira.

        3. quanto menor o diâmetro externo da caneta, maior o volume de combustível

        disponível na câmara para ser entregue ao motor na altura do cintura do

        venturi pelo circuito principal. da mesma forma, o efeito de frenagem da caneta

        diminui um pouco em toda a sua faixa de atuação.

        4. assim, canetas para motores a gasolina são sempre mais grossas, possuem

        mais furos laterais e os mesmos começam no topo da caneta logo abaixo da

        linha de combustível.

        5. em canetas para motores a álcool, que requerem mais combustível (a relação

        a/c do etanol é de 9:1 ao passo que a gasolina pura possui relação

        estequiométrica de 14.7), os furos laterais ocorrem em menor número, a sua

        posição está sempre mais abaixo, geralmente a partir do segundo terço da

        caneta (de cima para baixo), e o seu diâmetro externo é menor, tipicamente de

        0.5 mm a 1 mm a menos do que uma caneta para gasolina.

        as canetas mais típicas da weber que ilustram bem estas observações são:

        1. f11 para motores a gasolina. esta caneta é equipamento standard das webers

        idf40/44.

        2. f7 para motores a álcool. no caso de efetuar um acerto para álcool numa

        weber, esta é a caneta mais indicada.

        existem muitos outros tipos de canetas disponíveis para webers. por exemplo, nas

        dcoes a caneta standard é a f16. as mais populares são estas:

        f16 uso corrente nas dcoes. somente para gasolina.

        f11 uso corrente nas idfs 40/44. somente para gasolina.

        f7 preferencial para álcool.

        f4 permite acerto tanto na gasolina como no álcool.

        uma caneta weber que particularmente julgo muito interessante é a f4. a f4 segue o

        padrão de furações da f11 mas é 0.5 mm mais fina e possui 2 linhas com furos

        laterais a mais do que a f11. se conjugada com um respiro de tamanho 200

        (referência), adquire a capacidade de corrigir fortemente a mistura mesmo utilizandose

        um giclê principal muito grande. É possível utilizá-la numa idf40 single (1

        carburador) montada num motor de 4 cilindros e operando no álcool.

        como dissemos anteriomente, os giclês de lenta recebem combustível a partir da

        câmara da caneta e não da cuba. por que é porque desta forma cria-se um consumo

        do combustível da câmara que ocorre em dois lugares ao mesmo tempo, como já foi

        ilustrado. assim o nível do combustível dentro da caneta fica mais baixo do que na

        situação do motor em repouso, e o efeito de emulsão inicia-se mais cêdo. o volume de

        combustível na câmara externo à caneta é mantido pela cuba e o seu fluxo é

        controlado pelo giclê principal.

        na verdade, o processo de emulsão paradoxalmente facilita o arrasto do combustível

        pelo motor. como isso acontece é veja na ilustração abaixo como o ar sendo

        emulsionado ao líquido acaba ajudando na sucção deste último. É exatamente isto

        que ocorre num carburador.

        1. no primeiro copo à esquerda o canudinho não

        possui nenhum furo lateral. o líquido está

        estagnado dentro do canudinho acima da

        superfície livre no copo.

        2. no segundo copo, o canudinho possui um furo

        lateral, mas posicionado acima da linha do

        líquido. o líquido está subindo.

        3. no terceiro, à direita, o canudinho possui um

        furo lateral abaixo da linha do líquido e em

        comunicação com a atmosfera. neste caso o

        líquido é succionado mais facilmente.

        retrabalho em canetas

        em muitos casos isto é necessário. o retrabalho mais comum é a redução do diâmetro

        externo. esta redução deve ser realizada em estágios de 0.5 mm cada. por exemplo,

        ao partir-se de uma caneta com 8 mm de diâmtero de externo, deve-se reduzí-la

        gradativamente para 7.5, 7.0 e 6.5 mm. reduções para diâmetros abaixo dos 6.5 mm

        geralmente não fornecem nenhum benefício além daquele que já foi obtido até este

        ponto.

        a redução do diâmetro externo da caneta deve ser coerente com a utilização que se

        deseja. assim, não há o menor sentido em se afinar uma f11 para empregá-la num

        carburador para álcool, quando a caneta adequada para esta aplicação seria a f7.

        uma f11 retrabalhada jamais irá desempenhar de forma equivalente a uma f7.

        existem algumas formas de retrabalho mais exóticas que incluem redução gradual do

        diâmetro externo. na verdade, não possuo nenhuma experiência com este tipo de

        modificação. nas minhas experiências a redução de diâmtero sempre foi realizada de

        forma uniforme em toda a altura da caneta.

        no caso de um motor a gasolina em que a f11 demonstra desempenho ruim, pode-se

        chegar até a empregar uma f7. vamos conversar sobre isto mais adiante.

        seqüencia de procedimentos

        deve-se seguir uma seqüencia ou ordem cronológica ao se efetuar a afinação de um

        carburador. existem ajustes que devem ser realizados no início e outros devem ser

        deixados para o final. o ajuste que deve ser deixado para ser realizado por último é o

        do giclê da bomba de aceleração ou como é conhecido popularmente, o esguicho. a

        idéia é que se altere este sistema ao mínimo possível.

        1. marcha-lenta

        partindo-se da premissa de que as questões relativas a fornecimento de combustível

        estejam resolvidas, como ilustramos no início, passa-se ao acerto do circuito de

        marcha-lenta. um instrumento quase que indispensável para se realizar este trabalho

        é o vacuômetro. qualquer vacuômetro não serve. estes vacuômetros de painel que

        não possuem graduação não servem para quase nada. É necessário ter-se em mãos

        um vacuômetro graduado, preferencialmente em polegadas de mercúrio (in hg).

        usualmente a escala começa em zero e vai até 30 pol hg (30 pol hg = 14.7 psi = 1

        bar). o vacuômetro deve estar conectado ao coletor de admissão. existem pelo menos

        2 formas de fazer isso: ou pela mangueira de tomada de vácuo do servo-freio

        (utilizando um t ) ou utilizando as tomadas de vácuo existentes nos pés da weber.

        estas tomadas nas webers vêm de fábrica fechadas por um parafuso m4. não há

        como ter-se certeza da qualidade do acerto da marcha-lenta sem se saber qual o

        vácuo que o motor está gerando no coletor de admissão.

        usualmente um motor com comando de válvulas original de baixa permanência

        fornece um vácuo da ordem de 15 a 17 pol hg. comandos de válvula de alta

        permanência abaixam significativamente o vácuo da marcha-lenta, podendo o nível

        final chegar a 5 pol hg. o que torna-se necessário neste caso, com o comando de alta

        permanência, é elevar a rotação de marcha-lenta até que o vácuo chegue à casa das

        10 a 12 pol hg. isto vai acontecer na medida em que nos aproximamos da rotação em

        que o comando limpa , como dizemos na gíria. querer fazer algum afinamento a nível

        de regulagem com um vácuo de 5 pol hg é quase impossível. por mais elevada que

        seja a permanência de um comando de alta performance, sempre haverá uma rotação

        do motor em que o vácuo estará maximizado, tipicamente não menos de 10 pol hg. se

        o vácuo máximo ficar abaixo deste nível, há alguma coisa de muito errado...

        o melhor acerto do circuito de lenta é aquele que fornece o melhor nível de vácuo. a

        princípio, deve-se ter o vacuômetro conectado sempre que algum ajuste for realizado

        na marcha-lenta.

        É preciso ter-se em mente que o circuito de marcha-lenta compreende:

        giclês de marcha-lenta.

        parafusos de regulagem da mistura.

        parafusos de regulagem das entradas de ar, ou de bypass . ao contrário dos

        parafusos de mistura, os parafusos de bypass empobrecem a mistura ao

        serem abertos. isto ocorre porque o ar que passa por eles não arrasta

        combustível, ou seja, faz um bypass pelas borboletas. em alguns casos mais

        extremos de modificação, eles são muito úteis. os manuais da weber em geral

        recomendam a utilização destes parafusos somente para eqüalização dos

        carburadores.

        o giclê de lenta fornece combustível não somente para a marcha-lenta, mas também

        para toda a fase de transição ou passagem até a entrada do circuito principal. assim,

        não adianta querer acertar o circuito de lenta testando com o carro parado. É essencial

        rodar com ele e verificar como está o comportamento imediatamente antes da entrada

        do circuito principal, ou de alta. tipicamente, na entrada do circuito principal, naquele

        ponto de abertura da borboleta, o vácuo despenca. É obvio que o objetivo aqui é fazer

        com que o carburador continue funcionando com um vácuo extremamente baixo de

        modo a maximizar o enchimento (ou rendimento volumétrico) do motor.

        no caso de ser necessário usar um giclê de lenta de um certo tamanho para fazer uma

        boa transição que, no entanto, irá fornecer uma mistura excessivamente rica na

        marcha-lenta propriamente dita, pode-se neste caso abrir os parafusos de bypass.

        tipicamente de 1 a 1 ½ voltas, mas podendo chegar a 3 voltas. mais do que isto

        geralmente não fornece muito benefício. com os parafusos de bypass abertos a

        marcha-lenta irá estabilizar com um bom sinal de vácuo.

        deve-se evitar manter os parafusos da mistura fechados a menos de 1 ½ voltas. a

        marcha-lenta nesta condição fica muito instável.

        atenção: webers não possuem válvula de força (do inglês power valve ). esta

        válvula existente na maioria dos carburadores (acho que o único que não possui é o

        carburador simples original do fusca) tem a função de enriquecer a mistura quando

        uma forte queda no vácuo do coletor de admissão ocorre. isto acontece quando se

        pisa no acelerador rapidamente. existem diferentes construções desta válvula. em

        geral usa-se um diafragma que mantem esta válvula fechada quando o vácuo está

        alto. alguns carburadores usam um pistão com a mesma função. webers não usam

        isso. assim, o acerto do circuito de lenta numa weber tem que compensar esta

        diferença. usualmente isto significa que uma weber vai usar um giclê de lenta maior

        do que um carburador normal.

        um material interessante encontrado na web fala do tamanho do respiro dos giclês de

        lenta. É claro que isto somente vale para as dcoes. as idfs possuem o respiro do

        giclê de lenta fixo no bloco do carburador. segundo a tabela abaixo, o tamanho dos

        respiros varia em função da capacidade volumétrica do cilindro unitário para cada

        motor. É claro que aqui está sub-entendido que este princípio se aplica a instalações

        com 1 venturi para cada cilindro.

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        volume do cilindro respiro

        [cm3] [mm/100]

        200 35 a 40

        250 40 a 45

        300-350 45 a 50

        400 50

        450-550 50 a 55

        600 55 a 60

        650 60 a 65

        700 65 a 70

        750-850 70 a 75

        2. calculando giclês

        aqui, vamos ter que abrir um parêntesis novamente e, antes de prosseguir, falar de

        como podemos fazer um cálculo aproximado do tamanho dos giclês num processo de

        acerto de uma weber. vamos ter que dividir este assunto em dois subitens:

        2.1. instalação com 1 borboleta por cilindro, com 2 ou mais carburadores

        combinados.

        esta é a opção mais fácil. se o motor funciona a gasolina, aí então é moleza. o acerto

        já está praticamente pronto. o único problema é que as webers são calibradas para

        gasolina pura. como a gasolina em nosso país é na verdade um blend com álcool

        anidro a 22%, será necessário fazer algumas correções.

        o princípio é o seguinte: a nossa alcoolina possui uma estequiometria de 13.8:1.

        para a gasolina pura esta relação é de 14.7:1. assim, como podemos corrigir os giclês

        deste carburador na proporção correta ?

        o cálculo proposto é o seguinte: vamos aumentar a área de secção transversal dos

        giclês na proporção:

        =14.7/13.8 = 1.0652 = +6.52%

        a vazão de combustível na passagem por um giclê depende muito da área de sua

        secção transversal.

        um outro fator que influi sobre a velocidade do combustível na passagem pelo giclê é

        a sua densidade. com o aumento da densidade, a velocidade do combustível diminui,

        acarretando assim redução da vazão. ao passar de gasolina pura para a gasolina com

        álcool a 22% (e22), temos um aumento na densidade do combustível:

        ρpura = 720 kg/m3

        ρ e22 = 756 kg/m3

        ρ alc = 810 kg/m3

        a velocidade varia na razão inversa da raiz quadrada da variação da densidade,

        assim:

        vpura/ v e22 = (ρ e22 / ρpura) ½ = (756/720)1/2 = 1.0247

        assim computando as variações devidas à estequiometria e também à densidade,

        temos:

        = 1.0652 x 1.0247 = 1.0915 = 9.1523 %

        assim, como vazão = Área x velocidade = mm2 x mm/s = mm3/s e como desejamos

        aumentar esta vazão em 9.15%, iremos aumentar a área do giclê nesta proporção.

        a questão agora é descobrir que aumento no diâmetro do giclê irá propiciar este

        aumento na sua área de passagem.

        assim, a área de uma secção circular é dada por: s = π x d2/4, onde d = diâmetro.

        tomando como exemplo uma dcoe45 que é fornecida de fábrica com um giclê

        principal de tamanho 145 (centésimos de milímetro), qual seria o tamanho do novo

        giclê com um aumento da secção transversal de 9.15 % ?

        s novo = s velho x 1.0915

        s novo = π x 1452/4 x 1.0915 = 16513.00 x 1.0915 = 18024.26 (centésimos de

        milímetros quadrados).

        d novo = [(4 x s novo)/ π]1/2 = [(4 x 18024.26)/π]1/2

        d novo = 151.49 mm1/100, fazendo-se um arredondamento:

        d novo = 150.

        este cálculo também poderia ter sido feito desta outra forma. como a variação da área

        de uma secção transversal circular varia com o quadrado da variação de seu diâmetro,

        podemos calcular o novo diâmetro diretamente a partir do antigo multiplicando-o por

        (1.0652)1/2.

        d novo = d velho x (1.0915)1/2 = 145 x 1.0448 = 151.49 ≈ 150.

        e se quiséssemos converter este carburador para utilizar álcool é o princípio é

        exatamente o mesmo. como a estequiometria do etanol é de 9.0:1, a proporção de

        aumento desejada será dada por:

        = variação estequiométrica x variação densidade

        =14.7/9.0 x (810/720)1/2 = 1.6333 x 1.0607 = +73.24%

        assim os giclês destes carburadores terão que sofrer um aumento de sua secção

        transversal de 73.24%. o novo valor do diâmetro será dado por:

        d novo = d velho x (1.7324)1/2 = 145 x 1.3162 = 190.85 ≈ 191

        como giclês aumentam geralmente em steps de 10 centésimos, trocaríamos o giclê

        145 por um 190.

        estes dois exemplos conforme demonstrados acima foram validados mediante

        experimentação. estes resultados são realmente confiáveis.

        estas contantes podem ser aplicadas também aos giclês de lenta, assim um giclê de

        lenta tamanho 50, ao passar diretamente para álcool, ficaria:

        = 50 x 1.3162 = 65.81 ≈ 65

        ainda:

        se nenhuma alteração tiver sido feita a nível de tamanho dos venturis, deve-se manter

        o tamanho do giclê de ar, ou como é também conhecido, respiro da caneta ou então

        giclê corretor.

        um aumento do venturi requer redução do giclê de ar. deve-se sempre partir do ajuste

        padrão da weber para aquele carburador e havendo um aumento dos venturis,

        teríamos que reduzir os respiros das canetas. a proporção de redução do giclê de ar

        varia de carburador para carburador. uma boa medida é reduzir o tamanho do giclê de

        ar em 15 centésimos para cada milímetro de aumento no raio dos venturis.

        considerando ainda que para cada milímetro de aumento do raio dos venturis (2

        milímetros no diâmetro), a giclagem principal aumenta na proporção de 10 centésimos.

        os giclês de ar guardam uma relação com os giclês principais. um aumento nos giclês

        de ar de 30 centésimos equivale a uma redução de 10 centésimos nos giclês

        prinicpais. a diferença aqui é que o efeito dos giclês de ar somente são perceptíveis

        com o circuito principal em regime pleno.

        alterar a proporção entre o tamanho dos venturis e o tamanho das borboletas em

        webers nunca é uma boa idéia, mas praticamente todo mundo faz isto. É por aí que

        os problemas de acerto realmente começam.

        por exemplo, neste momento tenho duas idfs 40 montadas num ap arrombado para

        1950. também está com um comando de alta permanência (288°). como disse no

        início, as 40s não servem para motores assim grandes . o que fiz para compensar foi

        instalar difusores enormes de 36 mm. É claro que o acerto ficou cabeludo.

        no final das contas tive que afinar as f7s quase até o osso. os giclês principais

        ficaram enormes. os corretores das canetas também ficaram grandes para evitar

        excesso em regime pleno. os giclês de lenta ficaram com 85 centésimos para

        conseguir alisar a transição. mas no final funcionou bem. como dissemos no início,

        webers sempre dão acerto.

        o curso de ação correto teria sido o de trocar as idfs 40 por idfs 44. o bom mesmo

        ainda seriam duas dcoe 45. mas o dinheiro é sempre curto, não é ?

        2.2. instalação com 1 borboleta para 2 ou mais cilindros, com apenas 1

        carburador no motor.

        webers vêm de fábrica calibradas para serem usadas em combinações de 2 ou mais

        carburadores, com 1 venturi por cilindro e ainda em coletores com dutos individuais.

        no entanto, esse tipo de instalação do tipo single é muito popular, pelo seu baixo

        custo. para turbos esta instalação também é a mais comum.

        neste caso o que muda mais radicalmente é o giclê principal. no circuito de lenta,

        vamos observar apenas que pode ser interessante abrir os parafusos de bypass,

        especialmente se o motor estiver equipado com um comando de alta permanência.

        com os parafusos de bypass abertos, as borboletas tendem a permanecer numa

        posição mais próxima do fechamento. assim, o circuito de lenta tem uma participação

        maior na utilização do veículo. É fundamental que a entrada do circuito principal seja

        retardada caso se observe que este circuito esteja começando muito cêdo. observase

        isso quando ocorre excesso na transição. se isto for deixado desta forma, o

        consumo geralmente ficará muito alto. neste caso pode-se aumentar o tamanho dos

        venturis. É sempre preferível aumentar os venturis do que baixar o nível da bóia, aliás

        isto deve ser evitado a todo custo.

        a idf 40 para este tipo de instalação não é a melhor escolha. voltamos a comentar

        que a webers 40 não são tão grandes quanto parecem. o problema é que quase

        todo mundo faz isto, até em motores de opala 6 cilindros. isto chega quase a ser um

        absurdo. mas vamos em frente.

        não existe muita informação disponível na web ou em manuais sobre isso. em geral

        sempre se supõe webers instaladas aos pares ou combinadas, nunca na situação

        single.

        existe um gráfico num manual weber ( weber tuning manual editado pela webcon

        uk ltd) em que se mostra uma relação entre tamanho do venturi e a seleção correta

        do tamanho dos giclês principais para instalações single com um venturi alimentando

        2 cilindros. É claro que isto é válido somente para gasolina pura. vejamos.

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        venturi giclê principal

        mínimo

        giclê principal

        máximo

        [mm] [mm/100] [mm/100]

        26 120 145

        28 125 150

        30 135 160

        32 145 175

        34 155 185

        38 170 200

        40 185 210

        importante:

        no caso da alcoolina , os diâmetros acima devem ser multiplicados por

        1.0448.

        no caso do álcool, os diâmetros acima devem ser multiplicados por 1.3162.

        com relação a acertos para álcool numa instalação single, quase sempre é necessário

        usar as canetas f7 com retrabalho. os giclês de marcha-lenta geralmente ficam

        bastante grandes (80 a 90), e os parafusos de bypass tem que ser abertos quase que

        mandatoriamente. o circuito da bomba de aceleração vai requerer modificações

        também. veremos isso mais adiante.

        2.3. turbos

        além de todo o restante que foi exposto que também se aplica a turbos, existem

        algumas diferenças para acertos de webers pressurizadas. o resultado final é

        excelente, mas requer:

        usar sempre a caneta f7. original ou retrabalhada.

        usar venturis pequenos e borboletas grandes. exemplo: idf44 com venturi 28

        mm ou 26 mm ou a idf40 com venturi 26 mm.

        evitar as agulhas de bóia com ponta de borracha. sob alta pressão de

        combustível a ponta da agulha geralmente cola contra o assento, travando a

        válvula fechada.

        3. o que fazer com os injetores ou esguichos da bomba de aceleração ?

        preferencialmente é nada. quanto menos se alterar o circuito da bomba de

        aceleração, melhor. infelizmente, este é o primeiro lugar em que os mecânicos (tanto

        os de fim-de-semana como os profissionais) metem a mão e sempre com um

        alargador… fuja disso

        o aumento do injetor da bomba nÃo acarreta aumento da quantidade de combustível

        injetada. o efeito é somente o de reduzir a duração do jato. somente isto.

        a única modificação que recomendo é a troca da válvula de alimentação/retorno da

        bomba, que fica localizada no fundo da cuba. normalmente esta válvula possui um

        orifício calibrado que faz uma parte do combustível retornar para a cuba quando se

        pisa no acelerador. a função deste orifício de retorno é de evitar totalmente a injeção

        de combustível quando se leva o acelerador bem lentamente, de modo a evitar que

        combustível em excesso seja fornecido ao motor. a quantidade de combustível no

        retorno depende da velocidade com que se aciona o acelerador.

        no entanto, a weber possui uma versão desta válvula na condição cega , ou seja

        sem o oríficio de retorno. É a conhecida válvula de cuba 00. esta modificação é a

        única que realmente aumenta a quantidade de combustível injetada.

        pelo menos atualmente é muito difícil conseguir esta válvula aqui no brasil. a grande

        maioria das pessoas nem conhece. por isso mesmo não há procura. o jeito é mandar

        vir de fora. os sites mais fáceis de conseguir isto são americanos ou inglêses. o

        nome usual em inglês é pump spill/feed valve .

        mas como fica a duração do jato mediante modificações no circuito da bomba de

        aceleração é vejamos.

        nestas tabelas a seguir estamos calculando quanto varia a duração do jato quando

        mudamos o tamanho dos injetores e, também em alguns casos, quando variamos a

        válvula de cuba. o setup original corresponde aos 100%.

        quando temos valôres acima de 100%, a duração do jato fica aumentada. isto

        acontece porque estamos reduzindo a área total por onde escoa o combustível neste

        circuito. quando os valôres estão abaixo de 100% a duração do jato diminui.

        em alguns casos é interessante obter-se um aumento na duração do jato. isto em

        geral melhora a dirigibilidade do veículo. a contrapartida é que acaba sendo

        necessário enriquecer o circuito de lenta.

        idf40

        injetor válvula

        cuba

        injetor Área total duração

        jato

        [mm/100] [mm/100] [mm/100] [mm2] [%]

        50,00 50,00 50,00 50-50-50 100,0%

        0,1963 0,1963 0,1963 0,5890

        33,3% 33,3% 33,3% 100,0%

        50,00 0,00 50,00 50-0-50 150,0%

        0,1963 0,0000 0,1963 0,3927

        50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

        55,00 0,00 55,00 55-0-55 124,0%

        0,2376 0,0000 0,2376 0,4752

        50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

        55,00 40,00 55,00 55-40-55 98,0%

        0,2376 0,1257 0,2376 0,6008

        39,5% 20,9% 39,5% 100,0%

        55,00 35,00 55,00 55-35-55 103,1%

        0,2376 0,0962 0,2376 0,5714

        41,6% 16,8% 41,6% 100,0%

        60,00 0,00 60,00 60-0-60 104,2%

        0,2827 0,0000 0,2827 0,5655

        50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

        65,00 0,00 65,00 65-0-65 88,8%

        0,3318 0,0000 0,3318 0,6637

        50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

        50,00 45,00 50,00 50-45-50 106,8%

        0,1963 0,1590 0,1963 0,5517

        35,6% 28,8% 35,6% 100,0%

        80,00 0,00 80,00 80-0-80 58,6%

        0,5027 0,0000 0,5027 1,0053

        50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

        notar que os setups com válvula 00 usando injetores tamanho 60 e 65 para a idf40

        ficam razoáveis. acima disto a redução da duração do jato já é significativa.

        idf44

        injetor válvula

        cuba

        injetor Área total duração

        jato

        [mm/100] [mm/100] [mm/100] [mm2] [%]

        50,00 55,00 50,00 50-55-50 100,0%

        0,1963 0,2376 0,1963 0,6303

        31,2% 37,7% 31,2% 100,0%

        50,00 0,00 50,00 50-0-50 160,5%

        0,1963 0,0000 0,1963 0,3927

        50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

        55,00 0,00 55,00 55-0-55 132,6%

        0,2376 0,0000 0,2376 0,4752

        50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

        55,00 45,00 55,00 55-45-55 99,4%

        0,2376 0,1590 0,2376 0,6342

        37,5% 25,1% 37,5% 100,0%

        55,00 35,00 55,00 55-35-55 110,3%

        0,2376 0,0962 0,2376 0,5714

        41,6% 16,8% 41,6% 100,0%

        60,00 0,00 60,00 60-0-60 111,5%

        0,2827 0,0000 0,2827 0,5655

        50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

        65,00 0,00 65,00 65-0-65 95,0%

        0,3318 0,0000 0,3318 0,6637

        50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

        70,00 0,00 70,00 70-0-70 81,9%

        0,3848 0,0000 0,3848 0,7697

        50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

        pode-se observar que o setup com os injetores 65 combinados com a válvula 00

        oferece um bom resultado. a redução na duração do jato é da ordem de apenas 5%.

        dcoe

        injetor válvula

        cuba

        injetor Área total duração

        jato

        [mm/100] [mm/100] [mm/100] [mm2] [%]

        45,00 45,00 45,00 45-45-45 100,0%

        0,1590 0,1590 0,1590 0,4771

        33,3% 33,3% 33,3% 100,0%

        70,00 45,00 70,00 70-45-70 51,4%

        0,3848 0,1590 0,3848 0,9287

        41,4% 17,1% 41,4% 100,0%

        55,00 0,00 55,00 55-0-55 100,4%

        0,2376 0,0000 0,2376 0,4752

        50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

        50,00 45,00 50,00 50-45-50 86,5%

        0,1963 0,1590 0,1963 0,5517

        35,6% 28,8% 35,6% 100,0%

        50,00 0,00 50,00 50-0-50 121,5%

        0,1963 0,0000 0,1963 0,3927

        50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

        aqui, no caso da dcoe, o único ajuste que mantem a duração do jato ao mesmo

        tempo em que aumenta significativamente a quantidade de combustível injetada, é o

        caso dos injetores tamanho 55 com a válvula 00. qualquer outro ajuste com injetores

        maiores do que isso deve ser evitado.

        os outros circuitos de alimentação podem ser ajustados com o veículo em

        dinamômetro, o que não ocorre com o circuito da bomba de aceleração. este acerto

        tem que ser realizado em testes com o veículo na pista/rua.

        o circuito da bomba de aceleração deve ser modificado somente depois que todos os

        outros tenham sido otimizados.

        um outro aspecto: mais acentuadamente nas dcoes, os injetores da bomba de

        aceleração também funcionam como alimentadores aerodinâmicos, ou seja, em

        elevado regime de rotação, os injetores vão fornecer combustível adicional que é

        arrastado pelo vácuo do motor. isto ocorre em função de os injetores nas dcoes

        estarem bem imersos no fluxo de ar para o motor após o venturi.

        corrosão com Álcool

        um último conselho. webers são feitas de uma liga de alumínio. alumínio sofre

        corrosão em contato com álcool. a recomendação é simples: aplicar niquel químico.

        não é muito caro e nem dá muito trabalho. vale a pena. a durabilidade aumenta muito

        e o aspecto estético é ótimo.

        estas dcoe45 na foto foram niqueladas:

        ficamos por qui. acho que conseguimos dar uma pincelada em tudo que realmente

        importa.

        boa sorte

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        • A Offline
          A Offline
          alainiori
          escreveu em última edição por
          #4

          olá amigo ap millenove. a minha eu comprei no site ebay e ela veio dos estados unidos. o preço com imposto saiu por volta de r$ 1000, mais a niquelação r$ 250. a pegada ada weber não têm nem compraração com a do 3e, weber é weber. consumo na cidade 5,0 e estrada 8,5, os dois andando de boa, aí depende quanto acelerar, rs. eu também adoro, principalmente a puxada de 3a, vc acelera menos da metade e já temos a impressão de estar acelerando tudo, aí quando acelera tudo, sai da frente, rs

          se puder ajudar com maia alguma coisa, estou aqui.

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          • A Offline
            A Offline
            alainiori
            escreveu em última edição por
            #5

            olá amigo sérgio

            muito boas suas teorias mas no meu caso a maneira que ficou ótimo foi desta que descrevi e só estou querendo compartilhar com alguém que esteja realmente precisando.

            cada motor é um motor, cada carburador é um carburador, cada um têm suas particularidades. esta foi a maneira que eu consegui de deixar o motor redondo,consumo razoável e quando acelera mantém a relação esteqiométrica certa, sem dar falta nem excesso.

            o que adianta ficar preso a teorias se na prática não funcionam. se no seu caso funcionam, parabéns. agora só para ter uma idéia, se eu deixar o nível da bóia em 10 mm e canetas f 7, quando estou na casca do acelerador e qdo chega a 1800 rpm o pricipal entra e me dá uma engasopada. se eu reduzisse giclê, ficava bom em baixa mas em alta dava falta, resumindo, esta foi a maneira que consegui de ela ficar boa em baixa e em alta.

            deste deijo consegui um consumo de 5 na cidade e 8,5 na estrada, isso andando de boa, e quando acelera mesmo, os econostats não deixam faltar álccol para o motor.

            foi desta maneira que eu acabei com uma weber

            abraço

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            • A Offline
              A Offline
              alainiori
              escreveu em última edição por
              #6

              tenho oficina há 20 anos e já ouvi muitos preparadores reclamarem que weber ou fica boa em baixa ou em alta. você nunca ouviu falar isso ?

              1 Resposta Última resposta
              • A Offline
                A Offline
                alainiori
                escreveu em última edição por
                #7

                esqueci de dizer, demorou uns 3 meses para chegar.

                1 Resposta Última resposta
                • C Offline
                  C Offline
                  carcaça audi
                  escreveu em última edição por
                  #8

                  desculpe-me amigo, mas o que tu chama de acerto weber 40 , eu chamaria de como acabar com uma weber 40 .

                  espero que o artigo seguinte te ponha no bom caminho, pq tá tudo errado no teu acerto …estuda e aproveita. eu acertei uma na gasolina p ap 1.8 gasolina uando esses conceitos e ficou filé. econômica e andadora.

                  dicas carburadores weber

                  sergio granato

                  edição 01 agosto 2009

                  página 1 (20)

                  sempre fui grande entusiasta da preparação de motores. quando comecei a lidar com

                  isto, lá pelo começo da década de 80, eram muito raros os carros de rua preparados

                  aqui em curitiba usando turbinas. na época não haviam estes kits para turbos que

                  hoje se encontram com tanta facilidade. assim praticamente todo mundo usava motor

                  aspirado. injeção de combustível então, nem pensar. na época se você tinha um

                  motor considerado forte, usava carburadores weber. ainda assim eram poucos. não

                  se conseguia importar nada legalmente. para por as mãos numa weber na época, só

                  trazendo na bagagem numa viagem ao exterior. felizmente tudo mudou e hoje já é

                  possível comprar um carburador weber de praticamente qualquer modelo, novo, na

                  caixa, e por um preço bem decente. também há disponibilidade de peças de

                  reposição, até de fabricação nacional.

                  como é o caso de muita gente, a minha primeira weber foi a popular idf 40. usava

                  num vw ap800 a álcool. isto deve ter sido por volta de 1995. fiz muitas experiências

                  com aquele carburador. uns dois anos mais tarde comprei 02 dcoes 45. sem a

                  menor sombra de dúvida, os melhores carburadores que já tive, também montadas

                  num ap800 a álcool.

                  com o passar dos anos, acumulei alguma experiência com o acerto destes

                  carburadores. nem de longe posso dizer que sei tudo. porém, tenho visto muita gente

                  boa às vezes até desistir de usar este tipo de equipamento, por estar cometendo erros

                  muito básicos a nível de instalação e acerto. por isso resolvi escrever este texto. vou

                  tentar colocar aqui tudo o que aprendi, na maior parte das vezes por experiência

                  própria, na base da tentativa e erro, mas também lendo e pesquisando, principalmente

                  na web.

                  acerto de carburadores weber

                  a regra básica sobre webers, quase o enunciado de um teorema, é a seguinte:

                  webers sempre dão acerto. não interessa em que motor estão montadas, nem o

                  combustível que estão usando. é sempre possível fazê-las funcionar e, elas realmente

                  funcionam muito bem.

                  assim, recomendo um pouco de paciência e carinho no trabalho de afinamento de

                  uma weber. o resultado final sempre valerá a pena.

                  quando a gente instala uma weber, a gente não quer que ela apenas funcione.

                  funcionando o motor já estava com o carburador original. o que a gente quer é que

                  ela transforme todo o seu potencial em desempenho, muito desempenho...

                  o erro mais comum: o fornecimento de combustível.

                  também sofri muito com este problema e hoje vejo que teria economizado muito

                  dinheiro e tempo se tivesse respeitado este requisito básico. assim, muita atenção: a

                  pressão de combustível máxima de trabalho de uma weber de qualquer modelo é 3

                  psi. isto dá aproximadamente 0.2 bar. parece pouco, mas isso corresponde a 2

                  metros de coluna d água. é suficiente. webers precisam de uma fonte de combustível

                  em baixa pressão e alta vazão. regra geral, as bombas mecânicas da maioria dos

                  motores nacionais não servem. uma das bombas se adapta, com restrições, é a do

                  vw ap. a pressão entregue é de aproximadamente 0.22 bar, mas a vazão é

                  insuficiente.

                  a quase totalidade das falhas, problemas e dificuldades de acerto de uma weber

                  decorrem exatamente deste fator. a pressão de combustível está incorreta,

                  geralmente muito alta, e a vazão, geralmente insuficiente. com pressões de

                  combustível ao nível de 0.5 bar, que é onde a maioria da bombas funcionam, o nível

                  de combustível na cuba da weber estará muito longe do correto. nestas condições, se

                  o ajuste de fábrica do nível de bóia for deixado, deverá ocorrer gotejamento de

                  combustível na marcha lenta e a entrada do circuito principal estará ocorrendo antes

                  do correto. as conseqüências mais comuns são consumo de combustível muito

                  elevado e desempenho ruim.

                  hoje em dia todo mundo usa bomba elétrica, então aqui vai uma dica importante. os

                  dosadores de fabricação nacional disponíveis no mercado não conseguem regular

                  uma pressão de combustível abaixo de 0.45 bar. o que fazer ?

                  para corrigir o problema de excesso de combustível devido à alta pressão, a maioria

                  dos preparadores vai reajustar o nível da bóia para baixo. isto nem sempre funciona,

                  até porque as válvulas de bóia de tamanhos acima de 250 normalmente usadas não

                  vão conseguir segurar esta pressão por muito tempo. o resultado final é ruim. e

                  depois há também o problema de que com a bóia ajustada incorretamente, vai ocorrer

                  falta de combustível em regime de alta potência.

                  a sugestão aqui é simples, e funciona muito bem. é necessário desmontar o dosador

                  e efetuar um rebaixamento no assento da mola do diafragma. o ideal é fazer isto num

                  torno. a recomendação aqui é deixar a altura da mola nivelada com a superfície do

                  dosador, como nas fotos.

                  altura da mola na configuração original, com pré-carga no dosador azul:

                  altura da mola na configuração final, sem pré-carga, no dosador alaranjado:

                  nesta foto abaixo é possível ver o retrabalho realizado do assento da mola no dosador

                  alaranjado.

                  existe ainda um outro erro relativamente comum na instalação de bombas elétricas em

                  veículos originalmente carburados com bomba mecânica. é justamente a questão do

                  retorno do combustível para o tanque. o dosador, ou regulador, faz a regulagem da

                  pressão do combustível controlando o fluxo do combustível na linha de retorno. assim,

                  para que o sistema funcione adequadamente, esta linha de retorno deve oferecer a

                  mínima restrição possível ao fluxo do combustível. os enganos mais comuns e fatais

                  neste item:

                  conectar o retorno na antiga linha de alimentação no corpo da bóia do tanque.

                  o diâmetro deste nípel na entrada do pescador, em geral é de 6 mm e é

                  insuficiente. a linha de retorno nunca pode ser menor do que 8 mm (ou 5/16 ),

                  em nenhum ponto. não adianta usar uma mangueira de 8 mm e no final

                  conectar a um nípel de 6 mm.

                  conectar o retorno na linha de alimentação da bomba. neste caso pode ocorrer

                  inclusive variação da pressão do combustível em diferentes regimes de

                  trabalho do motor.

                  resumindo:

                  1. o nípel de retorno deve ter diâmetro nominal de no mínimo 8 mm.

                  2. deve estar instalado no tanque, e num ponto alto. se for deixado num ponto

                  baixo, sempre haverá pressão estática do combustível agindo contra o fluxo do

                  retorno.

                  3. a linha de retorno não pode ter perdas de carga muito grandes, como, por

                  exemplo, causadas por nípeis cotovelo (90 graus), dobras ou curvas muito

                  acentuadas e comprimento excessivo.

                  4. nunca instale o dosador na parede de fogo ou em qualquer lugar no cofre do

                  motor. o lugar dele é lá embaixo bem perto da bomba e, principalmente, do

                  tanque de combustível. o ideal é manter a linha de retorno abaixo de 1 metro

                  de comprimento. a única linha de combustível que vai até o cofre do motor é a

                  de alimentação.

                  isto posto, se a sua pressão de combustível está correta, vamos então ao que

                  interessa.

                  ajuste do nível da bóia

                  outra questão absolutamente essencial. se a sua weber saiu da caixa na sua mão, é

                  grande a chance de não ser necessário fazer nada. porém, como seguro morreu de

                  velho, é bom verificar. basicamente existem 03 ajustes diferentes, em todos os casos

                  as medidas são realizadas com a tampa do carburador na posição vertical, com a bóia

                  em pêndulo apenas encostada na agulha:

                  1. idf (todas): 10 mm

                  2. dcoe 45/50/55: 8.5 mm

                  3. dcoe 40/48: 8mm

                  não adianta inventar moda. este ajuste é essencial.

                  o tamanho da sua weber

                  vamos ter que abrir aqui um parêntesis e falar de um assunto que aparentemente

                  deveria estar no início. o sujeito pega uma weber com borboletas de 40 mm e acha

                  que está com um canhão de cano duplo na mão. não é bem a verdade. o engano se

                  origina no fato de que as pessoas comparam as webers com carburadores duplos que

                  são equipamento original. o problema está em que estes carburadores duplos

                  originais, de duplo estágio ou simultâneos, com o acionamento do segundo estágio a

                  vácuo ou mecânico, não importa, são todos rateados (do inglês rated) em 3

                  polegadas de mercúrio de vácuo. o que isto quer dizer é quer dizer que a vazão de ar

                  nominal, expressa em qualquer unidade, seja litros por minuto, metros cúbicos por

                  hora, pés cúbicos por minuto (ou cfm do inglês: cubic feet per minute), corresponde

                  a um abaixamento da pressão estática (não é perda de carga ) ao nível da máxima

                  constrição do venturi, de 3 polegas de mercúrio (in hg = inches of mercury) de altura

                  manométrica. assim, aquele carburadorzinho original do seu motor, com aquelas

                  borboletinhas de vinte e poucos milímetros e venturis minúsculos, opera neste nível de

                  vácuo. a única exceção se faz no caso das célebres qadrijets usadas comumente em

                  v8s. neste caso o rating se faz com 1.5 polegas de mercúrio (in hg). estes

                  carburadores já são considerados de alta performance.

                  webers obedecem a regras diferentes. aquele venturi de 28 mm original da idf 40,

                  numa instalação de alta performance com uma borboleta por cilindro (2 carburadores

                  combinados) num motor com cerca de 450 cc por cilindro, o que seria o caso de um

                  ap800 original, está suficiente para cerca de 5000 rpm (rotação de máxima potência).

                  a regra aqui é seguir o gráfico:

                  expandir esta imagemreduzir esta imagem ver em tamanho real

                  para conseguir jogar a potência máxima nos 6000 rpm, os venturis neste caso já

                  teriam que ser de 33 mm. observar aqui que a weber não fala em tamanho da

                  borboleta neste gráfico. o que manda é o tamanho do venturi. o tamanho da

                  borboleta será definido mediante uma relação com o tamanho do venturi desejado. as

                  relações mais usuais ficam em torno de 1.25, ou seja:

                  borboleta = venturi x 1.25

                  esta relação já está intrínseca nas webers com venturis de 36mm, como é o caso da

                  idf44 (1.22) e da dcoe45 (1.25).

                  a idf40 escapa um pouco a esta regra, fornecendo uma relação de: 28/40 = 1.43,

                  também seguido pela dcoe40: 40/30 = 1.33. estes dois casos são de carburadores

                  weber não considerados de alta performance, ou mais apropriados para motores de

                  pequena cilindrada e uso corriqueiro.

                  usando a relação de 1.25, a idf40 (ou a dcoe40) poderia utilizar um venturi de até

                  32 mm. ainda assim, o rating deste carburador estaria abaixo dos 6000 rpm, para o

                  motor indicado acima.

                  moral da história, as webers são dimensionalmente grandes , mas o seu

                  funcionamento é regido por princípios diferentes de todos os outros carburadores.

                  tudo bem, todo mundo usa a idf40. eu também tenho duas num ap arrombado para

                  1950 cc com pistões de monza. o problema aí que vamos ter que usar venturis

                  maiores e o acerto fica mais complicado.

                  esta regra não vale para instalações com 1 venturi alimentando 2 cilindros ou mesmo

                  3 cilindros, como é o caso de 1 idf40 montada num motor de 4 cilindros, o que é

                  muito comum. neste caso a depressão causada pela vazão de ar muito maior, será

                  também muito maior do que o rating original da weber. o acerto do carburador assim

                  muda bastante. na dúvida, entretanto vale a regra básica: webers sempre dão acerto.

                  como você acabou seguindo a orientação do seu preparador que disse que as 40s

                  estavam de bom tamanho para usar num ap2000 arrombado para 2100 cc, e no final

                  das contas você comprou as suas weber usadas mesmo, vamos então falar do acerto

                  propriamente dito.

                  tubos de emulsão

                  popularmente conhecidos como canetas. por que emulsão e não mistura é porque ar

                  e combustível líquido não são miscíveis, ou seja, não misturam realmente. uma

                  emulsão é sempre instável. os componentes de uma emulsão se separam facilmente.

                  é mais ou menos como água e óleo. se você agitar bastante, pode-se conseguir uma

                  emulsão. mas se deixar descansando, eles se separam.

                  a função do tubo de emulsão não é na verdade fornecer ao motor uma emulsão

                  ar/combustível, isto acaba acontecendo como uma consequência secundária. a sua

                  função principal é a de corrigir ou acertar a relação ar/combustível. até por isso, o

                  tubo de emulsão também é chamado de tubo corretor. em última análise, a caneta

                  tem a função de frenar ou segurar o combustível que é entregue ao motor. se isso

                  não acontecesse, a mistura fornecida pelo carburador enriqueceria continuamente até

                  que o motor parasse de funcionar por excesso de combustível.

                  mas, como isso é feito ?

                  canetas sempre são tubos (cilindros ôcos) furados lateralmente, sempre estão

                  imersos em combustível e com a extremidade superior exposta ao ar atmosférico e

                  estão sempre instalados na posição vertical. além disso, as canetas são sempre

                  instaladas numa câmara cilindrica que recebe combustível a partir da cuba do

                  carburador pela sua extremidade inferior. a entrada de combustível para esta câmara

                  é controlada por um giclê. também a extremidade superior, que é aberta à atmosfera,

                  tem o seu diâmetro ou tamanho calibrado por um giclê. em última análise, o

                  combustível fornecido ao motor, não vem diretamente da cuba, mas da câmara da

                  caneta.

                  o desenho de uma caneta varia em função de 2 características principais:

                  1. diâmetro externo.

                  2. posição e quantidade dos furos laterais.

                  geralmente também o giclê de lenta recebe combustível a partir da câmara da caneta

                  e não da cuba. isto até faz o processo de emulsão com ar começar mais cêdo. vamos

                  ver logo adiante porque.

                  na medida em que a borboleta vai se abrindo, até o ponto em que a vazão de ar é

                  suficente para arrastar combustível a partir da câmara da caneta, este combustível é

                  debitado ou flui de 2 fontes: a partir do volume definido entre o diâmetro externo da

                  caneta e o diâmetro interno da câmara, mas também a partir do volume interno da

                  caneta. este combsutível que estava dentro da caneta, na medida em que vai sendo

                  consumido, o seu nível cai. quando o nível chega ao ponto onde está o primeiro furo

                  lateral na caneta, então ar passa ser arrastado junto com o combustível pelo motor.

                  neste ponto começa a ocorrer a emulsão. como ar está sendo arrastado junto com

                  combustível, a quantidade de combustível arrastada diminui. assim acontece o efeito

                  de frenagem ou correção. o nível do combustível existente no volume externo à

                  caneta é mantido continuamente pelo efeito de vasos comunicantes a partir da cuba e

                  é controlado pelo giclê principal. neste ponto, fica fácil de entender estas questões

                  bem básicas:

                  1. quanto menor for a quantidade de furos laterais na caneta, menor é a sua

                  capacidade de frenagem e a mistura entregue ao motor fica mais rica.

                  2. quanto mais baixa na caneta for a posição da primeira linha de furos laterais,

                  mais tarde ocorre o início do processo de frenagem ou correção e, assim a

                  mistura no carburador é enriquecida mais rapidamente. a recíproca é

                  verdadeira.

                  3. quanto menor o diâmetro externo da caneta, maior o volume de combustível

                  disponível na câmara para ser entregue ao motor na altura do cintura do

                  venturi pelo circuito principal. da mesma forma, o efeito de frenagem da caneta

                  diminui um pouco em toda a sua faixa de atuação.

                  4. assim, canetas para motores a gasolina são sempre mais grossas, possuem

                  mais furos laterais e os mesmos começam no topo da caneta logo abaixo da

                  linha de combustível.

                  5. em canetas para motores a álcool, que requerem mais combustível (a relação

                  a/c do etanol é de 9:1 ao passo que a gasolina pura possui relação

                  estequiométrica de 14.7), os furos laterais ocorrem em menor número, a sua

                  posição está sempre mais abaixo, geralmente a partir do segundo terço da

                  caneta (de cima para baixo), e o seu diâmetro externo é menor, tipicamente de

                  0.5 mm a 1 mm a menos do que uma caneta para gasolina.

                  as canetas mais típicas da weber que ilustram bem estas observações são:

                  1. f11 para motores a gasolina. esta caneta é equipamento standard das webers

                  idf40/44.

                  2. f7 para motores a álcool. no caso de efetuar um acerto para álcool numa

                  weber, esta é a caneta mais indicada.

                  existem muitos outros tipos de canetas disponíveis para webers. por exemplo, nas

                  dcoes a caneta standard é a f16. as mais populares são estas:

                  f16 uso corrente nas dcoes. somente para gasolina.

                  f11 uso corrente nas idfs 40/44. somente para gasolina.

                  f7 preferencial para álcool.

                  f4 permite acerto tanto na gasolina como no álcool.

                  uma caneta weber que particularmente julgo muito interessante é a f4. a f4 segue o

                  padrão de furações da f11 mas é 0.5 mm mais fina e possui 2 linhas com furos

                  laterais a mais do que a f11. se conjugada com um respiro de tamanho 200

                  (referência), adquire a capacidade de corrigir fortemente a mistura mesmo utilizandose

                  um giclê principal muito grande. é possível utilizá-la numa idf40 single (1

                  carburador) montada num motor de 4 cilindros e operando no álcool.

                  como dissemos anteriomente, os giclês de lenta recebem combustível a partir da

                  câmara da caneta e não da cuba. por que é porque desta forma cria-se um consumo

                  do combustível da câmara que ocorre em dois lugares ao mesmo tempo, como já foi

                  ilustrado. assim o nível do combustível dentro da caneta fica mais baixo do que na

                  situação do motor em repouso, e o efeito de emulsão inicia-se mais cêdo. o volume de

                  combustível na câmara externo à caneta é mantido pela cuba e o seu fluxo é

                  controlado pelo giclê principal.

                  na verdade, o processo de emulsão paradoxalmente facilita o arrasto do combustível

                  pelo motor. como isso acontece é veja na ilustração abaixo como o ar sendo

                  emulsionado ao líquido acaba ajudando na sucção deste último. é exatamente isto

                  que ocorre num carburador.

                  1. no primeiro copo à esquerda o canudinho não

                  possui nenhum furo lateral. o líquido está

                  estagnado dentro do canudinho acima da

                  superfície livre no copo.

                  2. no segundo copo, o canudinho possui um furo

                  lateral, mas posicionado acima da linha do

                  líquido. o líquido está subindo.

                  3. no terceiro, à direita, o canudinho possui um

                  furo lateral abaixo da linha do líquido e em

                  comunicação com a atmosfera. neste caso o

                  líquido é succionado mais facilmente.

                  retrabalho em canetas

                  em muitos casos isto é necessário. o retrabalho mais comum é a redução do diâmetro

                  externo. esta redução deve ser realizada em estágios de 0.5 mm cada. por exemplo,

                  ao partir-se de uma caneta com 8 mm de diâmtero de externo, deve-se reduzí-la

                  gradativamente para 7.5, 7.0 e 6.5 mm. reduções para diâmetros abaixo dos 6.5 mm

                  geralmente não fornecem nenhum benefício além daquele que já foi obtido até este

                  ponto.

                  a redução do diâmetro externo da caneta deve ser coerente com a utilização que se

                  deseja. assim, não há o menor sentido em se afinar uma f11 para empregá-la num

                  carburador para álcool, quando a caneta adequada para esta aplicação seria a f7.

                  uma f11 retrabalhada jamais irá desempenhar de forma equivalente a uma f7.

                  existem algumas formas de retrabalho mais exóticas que incluem redução gradual do

                  diâmetro externo. na verdade, não possuo nenhuma experiência com este tipo de

                  modificação. nas minhas experiências a redução de diâmtero sempre foi realizada de

                  forma uniforme em toda a altura da caneta.

                  no caso de um motor a gasolina em que a f11 demonstra desempenho ruim, pode-se

                  chegar até a empregar uma f7. vamos conversar sobre isto mais adiante.

                  seqüencia de procedimentos

                  deve-se seguir uma seqüencia ou ordem cronológica ao se efetuar a afinação de um

                  carburador. existem ajustes que devem ser realizados no início e outros devem ser

                  deixados para o final. o ajuste que deve ser deixado para ser realizado por último é o

                  do giclê da bomba de aceleração ou como é conhecido popularmente, o esguicho. a

                  idéia é que se altere este sistema ao mínimo possível.

                  1. marcha-lenta

                  partindo-se da premissa de que as questões relativas a fornecimento de combustível

                  estejam resolvidas, como ilustramos no início, passa-se ao acerto do circuito de

                  marcha-lenta. um instrumento quase que indispensável para se realizar este trabalho

                  é o vacuômetro. qualquer vacuômetro não serve. estes vacuômetros de painel que

                  não possuem graduação não servem para quase nada. é necessário ter-se em mãos

                  um vacuômetro graduado, preferencialmente em polegadas de mercúrio (in hg).

                  usualmente a escala começa em zero e vai até 30 pol hg (30 pol hg = 14.7 psi = 1

                  bar). o vacuômetro deve estar conectado ao coletor de admissão. existem pelo menos

                  2 formas de fazer isso: ou pela mangueira de tomada de vácuo do servo-freio

                  (utilizando um t ) ou utilizando as tomadas de vácuo existentes nos pés da weber.

                  estas tomadas nas webers vêm de fábrica fechadas por um parafuso m4. não há

                  como ter-se certeza da qualidade do acerto da marcha-lenta sem se saber qual o

                  vácuo que o motor está gerando no coletor de admissão.

                  usualmente um motor com comando de válvulas original de baixa permanência

                  fornece um vácuo da ordem de 15 a 17 pol hg. comandos de válvula de alta

                  permanência abaixam significativamente o vácuo da marcha-lenta, podendo o nível

                  final chegar a 5 pol hg. o que torna-se necessário neste caso, com o comando de alta

                  permanência, é elevar a rotação de marcha-lenta até que o vácuo chegue à casa das

                  10 a 12 pol hg. isto vai acontecer na medida em que nos aproximamos da rotação em

                  que o comando limpa , como dizemos na gíria. querer fazer algum afinamento a nível

                  de regulagem com um vácuo de 5 pol hg é quase impossível. por mais elevada que

                  seja a permanência de um comando de alta performance, sempre haverá uma rotação

                  do motor em que o vácuo estará maximizado, tipicamente não menos de 10 pol hg. se

                  o vácuo máximo ficar abaixo deste nível, há alguma coisa de muito errado...

                  o melhor acerto do circuito de lenta é aquele que fornece o melhor nível de vácuo. a

                  princípio, deve-se ter o vacuômetro conectado sempre que algum ajuste for realizado

                  na marcha-lenta.

                  é preciso ter-se em mente que o circuito de marcha-lenta compreende:

                  giclês de marcha-lenta.

                  parafusos de regulagem da mistura.

                  parafusos de regulagem das entradas de ar, ou de bypass . ao contrário dos

                  parafusos de mistura, os parafusos de bypass empobrecem a mistura ao

                  serem abertos. isto ocorre porque o ar que passa por eles não arrasta

                  combustível, ou seja, faz um bypass pelas borboletas. em alguns casos mais

                  extremos de modificação, eles são muito úteis. os manuais da weber em geral

                  recomendam a utilização destes parafusos somente para eqüalização dos

                  carburadores.

                  o giclê de lenta fornece combustível não somente para a marcha-lenta, mas também

                  para toda a fase de transição ou passagem até a entrada do circuito principal. assim,

                  não adianta querer acertar o circuito de lenta testando com o carro parado. é essencial

                  rodar com ele e verificar como está o comportamento imediatamente antes da entrada

                  do circuito principal, ou de alta. tipicamente, na entrada do circuito principal, naquele

                  ponto de abertura da borboleta, o vácuo despenca. é obvio que o objetivo aqui é fazer

                  com que o carburador continue funcionando com um vácuo extremamente baixo de

                  modo a maximizar o enchimento (ou rendimento volumétrico) do motor.

                  no caso de ser necessário usar um giclê de lenta de um certo tamanho para fazer uma

                  boa transição que, no entanto, irá fornecer uma mistura excessivamente rica na

                  marcha-lenta propriamente dita, pode-se neste caso abrir os parafusos de bypass.

                  tipicamente de 1 a 1 ½ voltas, mas podendo chegar a 3 voltas. mais do que isto

                  geralmente não fornece muito benefício. com os parafusos de bypass abertos a

                  marcha-lenta irá estabilizar com um bom sinal de vácuo.

                  deve-se evitar manter os parafusos da mistura fechados a menos de 1 ½ voltas. a

                  marcha-lenta nesta condição fica muito instável.

                  atenção: webers não possuem válvula de força (do inglês power valve ). esta

                  válvula existente na maioria dos carburadores (acho que o único que não possui é o

                  carburador simples original do fusca) tem a função de enriquecer a mistura quando

                  uma forte queda no vácuo do coletor de admissão ocorre. isto acontece quando se

                  pisa no acelerador rapidamente. existem diferentes construções desta válvula. em

                  geral usa-se um diafragma que mantem esta válvula fechada quando o vácuo está

                  alto. alguns carburadores usam um pistão com a mesma função. webers não usam

                  isso. assim, o acerto do circuito de lenta numa weber tem que compensar esta

                  diferença. usualmente isto significa que uma weber vai usar um giclê de lenta maior

                  do que um carburador normal.

                  um material interessante encontrado na web fala do tamanho do respiro dos giclês de

                  lenta. é claro que isto somente vale para as dcoes. as idfs possuem o respiro do

                  giclê de lenta fixo no bloco do carburador. segundo a tabela abaixo, o tamanho dos

                  respiros varia em função da capacidade volumétrica do cilindro unitário para cada

                  motor. é claro que aqui está sub-entendido que este princípio se aplica a instalações

                  com 1 venturi para cada cilindro.

                  expandir esta imagemreduzir esta imagem ver em tamanho real

                  volume do cilindro respiro

                  [cm3] [mm/100]

                  200 35 a 40

                  250 40 a 45

                  300-350 45 a 50

                  400 50

                  450-550 50 a 55

                  600 55 a 60

                  650 60 a 65

                  700 65 a 70

                  750-850 70 a 75

                  2. calculando giclês

                  aqui, vamos ter que abrir um parêntesis novamente e, antes de prosseguir, falar de

                  como podemos fazer um cálculo aproximado do tamanho dos giclês num processo de

                  acerto de uma weber. vamos ter que dividir este assunto em dois subitens:

                  2.1. instalação com 1 borboleta por cilindro, com 2 ou mais carburadores

                  combinados.

                  esta é a opção mais fácil. se o motor funciona a gasolina, aí então é moleza. o acerto

                  já está praticamente pronto. o único problema é que as webers são calibradas para

                  gasolina pura. como a gasolina em nosso país é na verdade um blend com álcool

                  anidro a 22%, será necessário fazer algumas correções.

                  o princípio é o seguinte: a nossa alcoolina possui uma estequiometria de 13.8:1.

                  para a gasolina pura esta relação é de 14.7:1. assim, como podemos corrigir os giclês

                  deste carburador na proporção correta ?

                  o cálculo proposto é o seguinte: vamos aumentar a área de secção transversal dos

                  giclês na proporção:

                  =14.7/13.8 = 1.0652 = +6.52%

                  a vazão de combustível na passagem por um giclê depende muito da área de sua

                  secção transversal.

                  um outro fator que influi sobre a velocidade do combustível na passagem pelo giclê é

                  a sua densidade. com o aumento da densidade, a velocidade do combustível diminui,

                  acarretando assim redução da vazão. ao passar de gasolina pura para a gasolina com

                  álcool a 22% (e22), temos um aumento na densidade do combustível:

                  ρpura = 720 kg/m3

                  ρ e22 = 756 kg/m3

                  ρ alc = 810 kg/m3

                  a velocidade varia na razão inversa da raiz quadrada da variação da densidade,

                  assim:

                  vpura/ v e22 = (ρ e22 / ρpura) ½ = (756/720)1/2 = 1.0247

                  assim computando as variações devidas à estequiometria e também à densidade,

                  temos:

                  = 1.0652 x 1.0247 = 1.0915 = 9.1523 %

                  assim, como vazão = área x velocidade = mm2 x mm/s = mm3/s e como desejamos

                  aumentar esta vazão em 9.15%, iremos aumentar a área do giclê nesta proporção.

                  a questão agora é descobrir que aumento no diâmetro do giclê irá propiciar este

                  aumento na sua área de passagem.

                  assim, a área de uma secção circular é dada por: s = π x d2/4, onde d = diâmetro.

                  tomando como exemplo uma dcoe45 que é fornecida de fábrica com um giclê

                  principal de tamanho 145 (centésimos de milímetro), qual seria o tamanho do novo

                  giclê com um aumento da secção transversal de 9.15 % ?

                  s novo = s velho x 1.0915

                  s novo = π x 1452/4 x 1.0915 = 16513.00 x 1.0915 = 18024.26 (centésimos de

                  milímetros quadrados).

                  d novo = [(4 x s novo)/ π]1/2 = [(4 x 18024.26)/π]1/2

                  d novo = 151.49 mm1/100, fazendo-se um arredondamento:

                  d novo = 150.

                  este cálculo também poderia ter sido feito desta outra forma. como a variação da área

                  de uma secção transversal circular varia com o quadrado da variação de seu diâmetro,

                  podemos calcular o novo diâmetro diretamente a partir do antigo multiplicando-o por

                  (1.0652)1/2.

                  d novo = d velho x (1.0915)1/2 = 145 x 1.0448 = 151.49 ≈ 150.

                  e se quiséssemos converter este carburador para utilizar álcool é o princípio é

                  exatamente o mesmo. como a estequiometria do etanol é de 9.0:1, a proporção de

                  aumento desejada será dada por:

                  = variação estequiométrica x variação densidade

                  =14.7/9.0 x (810/720)1/2 = 1.6333 x 1.0607 = +73.24%

                  assim os giclês destes carburadores terão que sofrer um aumento de sua secção

                  transversal de 73.24%. o novo valor do diâmetro será dado por:

                  d novo = d velho x (1.7324)1/2 = 145 x 1.3162 = 190.85 ≈ 191

                  como giclês aumentam geralmente em steps de 10 centésimos, trocaríamos o giclê

                  145 por um 190.

                  estes dois exemplos conforme demonstrados acima foram validados mediante

                  experimentação. estes resultados são realmente confiáveis.

                  estas contantes podem ser aplicadas também aos giclês de lenta, assim um giclê de

                  lenta tamanho 50, ao passar diretamente para álcool, ficaria:

                  = 50 x 1.3162 = 65.81 ≈ 65

                  ainda:

                  se nenhuma alteração tiver sido feita a nível de tamanho dos venturis, deve-se manter

                  o tamanho do giclê de ar, ou como é também conhecido, respiro da caneta ou então

                  giclê corretor.

                  um aumento do venturi requer redução do giclê de ar. deve-se sempre partir do ajuste

                  padrão da weber para aquele carburador e havendo um aumento dos venturis,

                  teríamos que reduzir os respiros das canetas. a proporção de redução do giclê de ar

                  varia de carburador para carburador. uma boa medida é reduzir o tamanho do giclê de

                  ar em 15 centésimos para cada milímetro de aumento no raio dos venturis.

                  considerando ainda que para cada milímetro de aumento do raio dos venturis (2

                  milímetros no diâmetro), a giclagem principal aumenta na proporção de 10 centésimos.

                  os giclês de ar guardam uma relação com os giclês principais. um aumento nos giclês

                  de ar de 30 centésimos equivale a uma redução de 10 centésimos nos giclês

                  prinicpais. a diferença aqui é que o efeito dos giclês de ar somente são perceptíveis

                  com o circuito principal em regime pleno.

                  alterar a proporção entre o tamanho dos venturis e o tamanho das borboletas em

                  webers nunca é uma boa idéia, mas praticamente todo mundo faz isto. é por aí que

                  os problemas de acerto realmente começam.

                  por exemplo, neste momento tenho duas idfs 40 montadas num ap arrombado para

                  1950. também está com um comando de alta permanência (288°). como disse no

                  início, as 40s não servem para motores assim grandes . o que fiz para compensar foi

                  instalar difusores enormes de 36 mm. é claro que o acerto ficou cabeludo.

                  no final das contas tive que afinar as f7s quase até o osso. os giclês principais

                  ficaram enormes. os corretores das canetas também ficaram grandes para evitar

                  excesso em regime pleno. os giclês de lenta ficaram com 85 centésimos para

                  conseguir alisar a transição. mas no final funcionou bem. como dissemos no início,

                  webers sempre dão acerto.

                  o curso de ação correto teria sido o de trocar as idfs 40 por idfs 44. o bom mesmo

                  ainda seriam duas dcoe 45. mas o dinheiro é sempre curto, não é ?

                  2.2. instalação com 1 borboleta para 2 ou mais cilindros, com apenas 1

                  carburador no motor.

                  webers vêm de fábrica calibradas para serem usadas em combinações de 2 ou mais

                  carburadores, com 1 venturi por cilindro e ainda em coletores com dutos individuais.

                  no entanto, esse tipo de instalação do tipo single é muito popular, pelo seu baixo

                  custo. para turbos esta instalação também é a mais comum.

                  neste caso o que muda mais radicalmente é o giclê principal. no circuito de lenta,

                  vamos observar apenas que pode ser interessante abrir os parafusos de bypass,

                  especialmente se o motor estiver equipado com um comando de alta permanência.

                  com os parafusos de bypass abertos, as borboletas tendem a permanecer numa

                  posição mais próxima do fechamento. assim, o circuito de lenta tem uma participação

                  maior na utilização do veículo. é fundamental que a entrada do circuito principal seja

                  retardada caso se observe que este circuito esteja começando muito cêdo. observase

                  isso quando ocorre excesso na transição. se isto for deixado desta forma, o

                  consumo geralmente ficará muito alto. neste caso pode-se aumentar o tamanho dos

                  venturis. é sempre preferível aumentar os venturis do que baixar o nível da bóia, aliás

                  isto deve ser evitado a todo custo.

                  a idf 40 para este tipo de instalação não é a melhor escolha. voltamos a comentar

                  que a webers 40 não são tão grandes quanto parecem. o problema é que quase

                  todo mundo faz isto, até em motores de opala 6 cilindros. isto chega quase a ser um

                  absurdo. mas vamos em frente.

                  não existe muita informação disponível na web ou em manuais sobre isso. em geral

                  sempre se supõe webers instaladas aos pares ou combinadas, nunca na situação

                  single.

                  existe um gráfico num manual weber ( weber tuning manual editado pela webcon

                  uk ltd) em que se mostra uma relação entre tamanho do venturi e a seleção correta

                  do tamanho dos giclês principais para instalações single com um venturi alimentando

                  2 cilindros. é claro que isto é válido somente para gasolina pura. vejamos.

                  expandir esta imagemreduzir esta imagem ver em tamanho real

                  venturi giclê principal

                  mínimo

                  giclê principal

                  máximo

                  [mm] [mm/100] [mm/100]

                  26 120 145

                  28 125 150

                  30 135 160

                  32 145 175

                  34 155 185

                  38 170 200

                  40 185 210

                  importante:

                  no caso da alcoolina , os diâmetros acima devem ser multiplicados por

                  1.0448.

                  no caso do álcool, os diâmetros acima devem ser multiplicados por 1.3162.

                  com relação a acertos para álcool numa instalação single, quase sempre é necessário

                  usar as canetas f7 com retrabalho. os giclês de marcha-lenta geralmente ficam

                  bastante grandes (80 a 90), e os parafusos de bypass tem que ser abertos quase que

                  mandatoriamente. o circuito da bomba de aceleração vai requerer modificações

                  também. veremos isso mais adiante.

                  2.3. turbos

                  além de todo o restante que foi exposto que também se aplica a turbos, existem

                  algumas diferenças para acertos de webers pressurizadas. o resultado final é

                  excelente, mas requer:

                  usar sempre a caneta f7. original ou retrabalhada.

                  usar venturis pequenos e borboletas grandes. exemplo: idf44 com venturi 28

                  mm ou 26 mm ou a idf40 com venturi 26 mm.

                  evitar as agulhas de bóia com ponta de borracha. sob alta pressão de

                  combustível a ponta da agulha geralmente cola contra o assento, travando a

                  válvula fechada.

                  3. o que fazer com os injetores ou esguichos da bomba de aceleração ?

                  preferencialmente é nada. quanto menos se alterar o circuito da bomba de

                  aceleração, melhor. infelizmente, este é o primeiro lugar em que os mecânicos (tanto

                  os de fim-de-semana como os profissionais) metem a mão e sempre com um

                  alargador… fuja disso

                  o aumento do injetor da bomba não acarreta aumento da quantidade de combustível

                  injetada. o efeito é somente o de reduzir a duração do jato. somente isto.

                  a única modificação que recomendo é a troca da válvula de alimentação/retorno da

                  bomba, que fica localizada no fundo da cuba. normalmente esta válvula possui um

                  orifício calibrado que faz uma parte do combustível retornar para a cuba quando se

                  pisa no acelerador. a função deste orifício de retorno é de evitar totalmente a injeção

                  de combustível quando se leva o acelerador bem lentamente, de modo a evitar que

                  combustível em excesso seja fornecido ao motor. a quantidade de combustível no

                  retorno depende da velocidade com que se aciona o acelerador.

                  no entanto, a weber possui uma versão desta válvula na condição cega , ou seja

                  sem o oríficio de retorno. é a conhecida válvula de cuba 00. esta modificação é a

                  única que realmente aumenta a quantidade de combustível injetada.

                  pelo menos atualmente é muito difícil conseguir esta válvula aqui no brasil. a grande

                  maioria das pessoas nem conhece. por isso mesmo não há procura. o jeito é mandar

                  vir de fora. os sites mais fáceis de conseguir isto são americanos ou inglêses. o

                  nome usual em inglês é pump spill/feed valve .

                  mas como fica a duração do jato mediante modificações no circuito da bomba de

                  aceleração é vejamos.

                  nestas tabelas a seguir estamos calculando quanto varia a duração do jato quando

                  mudamos o tamanho dos injetores e, também em alguns casos, quando variamos a

                  válvula de cuba. o setup original corresponde aos 100%.

                  quando temos valôres acima de 100%, a duração do jato fica aumentada. isto

                  acontece porque estamos reduzindo a área total por onde escoa o combustível neste

                  circuito. quando os valôres estão abaixo de 100% a duração do jato diminui.

                  em alguns casos é interessante obter-se um aumento na duração do jato. isto em

                  geral melhora a dirigibilidade do veículo. a contrapartida é que acaba sendo

                  necessário enriquecer o circuito de lenta.

                  idf40

                  injetor válvula

                  cuba

                  injetor área total duração

                  jato

                  [mm/100] [mm/100] [mm/100] [mm2] [%]

                  50,00 50,00 50,00 50-50-50 100,0%

                  0,1963 0,1963 0,1963 0,5890

                  33,3% 33,3% 33,3% 100,0%

                  50,00 0,00 50,00 50-0-50 150,0%

                  0,1963 0,0000 0,1963 0,3927

                  50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                  55,00 0,00 55,00 55-0-55 124,0%

                  0,2376 0,0000 0,2376 0,4752

                  50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                  55,00 40,00 55,00 55-40-55 98,0%

                  0,2376 0,1257 0,2376 0,6008

                  39,5% 20,9% 39,5% 100,0%

                  55,00 35,00 55,00 55-35-55 103,1%

                  0,2376 0,0962 0,2376 0,5714

                  41,6% 16,8% 41,6% 100,0%

                  60,00 0,00 60,00 60-0-60 104,2%

                  0,2827 0,0000 0,2827 0,5655

                  50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                  65,00 0,00 65,00 65-0-65 88,8%

                  0,3318 0,0000 0,3318 0,6637

                  50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                  50,00 45,00 50,00 50-45-50 106,8%

                  0,1963 0,1590 0,1963 0,5517

                  35,6% 28,8% 35,6% 100,0%

                  80,00 0,00 80,00 80-0-80 58,6%

                  0,5027 0,0000 0,5027 1,0053

                  50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                  notar que os setups com válvula 00 usando injetores tamanho 60 e 65 para a idf40

                  ficam razoáveis. acima disto a redução da duração do jato já é significativa.

                  idf44

                  injetor válvula

                  cuba

                  injetor área total duração

                  jato

                  [mm/100] [mm/100] [mm/100] [mm2] [%]

                  50,00 55,00 50,00 50-55-50 100,0%

                  0,1963 0,2376 0,1963 0,6303

                  31,2% 37,7% 31,2% 100,0%

                  50,00 0,00 50,00 50-0-50 160,5%

                  0,1963 0,0000 0,1963 0,3927

                  50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                  55,00 0,00 55,00 55-0-55 132,6%

                  0,2376 0,0000 0,2376 0,4752

                  50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                  55,00 45,00 55,00 55-45-55 99,4%

                  0,2376 0,1590 0,2376 0,6342

                  37,5% 25,1% 37,5% 100,0%

                  55,00 35,00 55,00 55-35-55 110,3%

                  0,2376 0,0962 0,2376 0,5714

                  41,6% 16,8% 41,6% 100,0%

                  60,00 0,00 60,00 60-0-60 111,5%

                  0,2827 0,0000 0,2827 0,5655

                  50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                  65,00 0,00 65,00 65-0-65 95,0%

                  0,3318 0,0000 0,3318 0,6637

                  50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                  70,00 0,00 70,00 70-0-70 81,9%

                  0,3848 0,0000 0,3848 0,7697

                  50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                  pode-se observar que o setup com os injetores 65 combinados com a válvula 00

                  oferece um bom resultado. a redução na duração do jato é da ordem de apenas 5%.

                  dcoe

                  injetor válvula

                  cuba

                  injetor área total duração

                  jato

                  [mm/100] [mm/100] [mm/100] [mm2] [%]

                  45,00 45,00 45,00 45-45-45 100,0%

                  0,1590 0,1590 0,1590 0,4771

                  33,3% 33,3% 33,3% 100,0%

                  70,00 45,00 70,00 70-45-70 51,4%

                  0,3848 0,1590 0,3848 0,9287

                  41,4% 17,1% 41,4% 100,0%

                  55,00 0,00 55,00 55-0-55 100,4%

                  0,2376 0,0000 0,2376 0,4752

                  50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                  50,00 45,00 50,00 50-45-50 86,5%

                  0,1963 0,1590 0,1963 0,5517

                  35,6% 28,8% 35,6% 100,0%

                  50,00 0,00 50,00 50-0-50 121,5%

                  0,1963 0,0000 0,1963 0,3927

                  50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                  aqui, no caso da dcoe, o único ajuste que mantem a duração do jato ao mesmo

                  tempo em que aumenta significativamente a quantidade de combustível injetada, é o

                  caso dos injetores tamanho 55 com a válvula 00. qualquer outro ajuste com injetores

                  maiores do que isso deve ser evitado.

                  os outros circuitos de alimentação podem ser ajustados com o veículo em

                  dinamômetro, o que não ocorre com o circuito da bomba de aceleração. este acerto

                  tem que ser realizado em testes com o veículo na pista/rua.

                  o circuito da bomba de aceleração deve ser modificado somente depois que todos os

                  outros tenham sido otimizados.

                  um outro aspecto: mais acentuadamente nas dcoes, os injetores da bomba de

                  aceleração também funcionam como alimentadores aerodinâmicos, ou seja, em

                  elevado regime de rotação, os injetores vão fornecer combustível adicional que é

                  arrastado pelo vácuo do motor. isto ocorre em função de os injetores nas dcoes

                  estarem bem imersos no fluxo de ar para o motor após o venturi.

                  corrosão com álcool

                  um último conselho. webers são feitas de uma liga de alumínio. alumínio sofre

                  corrosão em contato com álcool. a recomendação é simples: aplicar niquel químico.

                  não é muito caro e nem dá muito trabalho. vale a pena. a durabilidade aumenta muito

                  e o aspecto estético é ótimo.

                  estas dcoe45 na foto foram niqueladas:

                  ficamos por qui. acho que conseguimos dar uma pincelada em tudo que realmente

                  importa.

                  boa sorte

                  1 Resposta Última resposta
                  • C Offline
                    C Offline
                    carcaça audi
                    escreveu em última edição por
                    #9

                    desculpe-me amigo, mas o que tu chama de acerto weber 40 , eu chamaria de como acabar com uma weber 40 .

                    espero que o artigo seguinte te ponha no bom caminho, pq tá tudo errado no teu acerto …estuda e aproveita. eu acertei uma na gasolina p ap 1.8 gasolina uando esses conceitos e ficou filé. econômica e andadora.

                    dicas carburadores weber

                    sergio granato

                    edição 01 agosto 2009

                    página 1 (20)

                    sempre fui grande entusiasta da preparação de motores. quando comecei a lidar com

                    isto, lá pelo começo da década de 80, eram muito raros os carros de rua preparados

                    aqui em curitiba usando turbinas. na época não haviam estes kits para turbos que

                    hoje se encontram com tanta facilidade. assim praticamente todo mundo usava motor

                    aspirado. injeção de combustível então, nem pensar. na época se você tinha um

                    motor considerado forte, usava carburadores weber. ainda assim eram poucos. não

                    se conseguia importar nada legalmente. para por as mãos numa weber na época, só

                    trazendo na bagagem numa viagem ao exterior. felizmente tudo mudou e hoje já é

                    possível comprar um carburador weber de praticamente qualquer modelo, novo, na

                    caixa, e por um preço bem decente. também há disponibilidade de peças de

                    reposição, até de fabricação nacional.

                    como é o caso de muita gente, a minha primeira weber foi a popular idf 40. usava

                    num vw ap800 a álcool. isto deve ter sido por volta de 1995. fiz muitas experiências

                    com aquele carburador. uns dois anos mais tarde comprei 02 dcoes 45. sem a

                    menor sombra de dúvida, os melhores carburadores que já tive, também montadas

                    num ap800 a álcool.

                    com o passar dos anos, acumulei alguma experiência com o acerto destes

                    carburadores. nem de longe posso dizer que sei tudo. porém, tenho visto muita gente

                    boa às vezes até desistir de usar este tipo de equipamento, por estar cometendo erros

                    muito básicos a nível de instalação e acerto. por isso resolvi escrever este texto. vou

                    tentar colocar aqui tudo o que aprendi, na maior parte das vezes por experiência

                    própria, na base da tentativa e erro, mas também lendo e pesquisando, principalmente

                    na web.

                    acerto de carburadores weber

                    a regra básica sobre webers, quase o enunciado de um teorema, é a seguinte:

                    webers sempre dão acerto. não interessa em que motor estão montadas, nem o

                    combustível que estão usando. é sempre possível fazê-las funcionar e, elas realmente

                    funcionam muito bem.

                    assim, recomendo um pouco de paciência e carinho no trabalho de afinamento de

                    uma weber. o resultado final sempre valerá a pena.

                    quando a gente instala uma weber, a gente não quer que ela apenas funcione.

                    funcionando o motor já estava com o carburador original. o que a gente quer é que

                    ela transforme todo o seu potencial em desempenho, muito desempenho...

                    o erro mais comum: o fornecimento de combustível.

                    também sofri muito com este problema e hoje vejo que teria economizado muito

                    dinheiro e tempo se tivesse respeitado este requisito básico. assim, muita atenção: a

                    pressão de combustível máxima de trabalho de uma weber de qualquer modelo é 3

                    psi. isto dá aproximadamente 0.2 bar. parece pouco, mas isso corresponde a 2

                    metros de coluna d água. é suficiente. webers precisam de uma fonte de combustível

                    em baixa pressão e alta vazão. regra geral, as bombas mecânicas da maioria dos

                    motores nacionais não servem. uma das bombas se adapta, com restrições, é a do

                    vw ap. a pressão entregue é de aproximadamente 0.22 bar, mas a vazão é

                    insuficiente.

                    a quase totalidade das falhas, problemas e dificuldades de acerto de uma weber

                    decorrem exatamente deste fator. a pressão de combustível está incorreta,

                    geralmente muito alta, e a vazão, geralmente insuficiente. com pressões de

                    combustível ao nível de 0.5 bar, que é onde a maioria da bombas funcionam, o nível

                    de combustível na cuba da weber estará muito longe do correto. nestas condições, se

                    o ajuste de fábrica do nível de bóia for deixado, deverá ocorrer gotejamento de

                    combustível na marcha lenta e a entrada do circuito principal estará ocorrendo antes

                    do correto. as conseqüências mais comuns são consumo de combustível muito

                    elevado e desempenho ruim.

                    hoje em dia todo mundo usa bomba elétrica, então aqui vai uma dica importante. os

                    dosadores de fabricação nacional disponíveis no mercado não conseguem regular

                    uma pressão de combustível abaixo de 0.45 bar. o que fazer ?

                    para corrigir o problema de excesso de combustível devido à alta pressão, a maioria

                    dos preparadores vai reajustar o nível da bóia para baixo. isto nem sempre funciona,

                    até porque as válvulas de bóia de tamanhos acima de 250 normalmente usadas não

                    vão conseguir segurar esta pressão por muito tempo. o resultado final é ruim. e

                    depois há também o problema de que com a bóia ajustada incorretamente, vai ocorrer

                    falta de combustível em regime de alta potência.

                    a sugestão aqui é simples, e funciona muito bem. é necessário desmontar o dosador

                    e efetuar um rebaixamento no assento da mola do diafragma. o ideal é fazer isto num

                    torno. a recomendação aqui é deixar a altura da mola nivelada com a superfície do

                    dosador, como nas fotos.

                    altura da mola na configuração original, com pré-carga no dosador azul:

                    altura da mola na configuração final, sem pré-carga, no dosador alaranjado:

                    nesta foto abaixo é possível ver o retrabalho realizado do assento da mola no dosador

                    alaranjado.

                    existe ainda um outro erro relativamente comum na instalação de bombas elétricas em

                    veículos originalmente carburados com bomba mecânica. é justamente a questão do

                    retorno do combustível para o tanque. o dosador, ou regulador, faz a regulagem da

                    pressão do combustível controlando o fluxo do combustível na linha de retorno. assim,

                    para que o sistema funcione adequadamente, esta linha de retorno deve oferecer a

                    mínima restrição possível ao fluxo do combustível. os enganos mais comuns e fatais

                    neste item:

                    conectar o retorno na antiga linha de alimentação no corpo da bóia do tanque.

                    o diâmetro deste nípel na entrada do pescador, em geral é de 6 mm e é

                    insuficiente. a linha de retorno nunca pode ser menor do que 8 mm (ou 5/16 ),

                    em nenhum ponto. não adianta usar uma mangueira de 8 mm e no final

                    conectar a um nípel de 6 mm.

                    conectar o retorno na linha de alimentação da bomba. neste caso pode ocorrer

                    inclusive variação da pressão do combustível em diferentes regimes de

                    trabalho do motor.

                    resumindo:

                    1. o nípel de retorno deve ter diâmetro nominal de no mínimo 8 mm.

                    2. deve estar instalado no tanque, e num ponto alto. se for deixado num ponto

                    baixo, sempre haverá pressão estática do combustível agindo contra o fluxo do

                    retorno.

                    3. a linha de retorno não pode ter perdas de carga muito grandes, como, por

                    exemplo, causadas por nípeis cotovelo (90 graus), dobras ou curvas muito

                    acentuadas e comprimento excessivo.

                    4. nunca instale o dosador na parede de fogo ou em qualquer lugar no cofre do

                    motor. o lugar dele é lá embaixo bem perto da bomba e, principalmente, do

                    tanque de combustível. o ideal é manter a linha de retorno abaixo de 1 metro

                    de comprimento. a única linha de combustível que vai até o cofre do motor é a

                    de alimentação.

                    isto posto, se a sua pressão de combustível está correta, vamos então ao que

                    interessa.

                    ajuste do nível da bóia

                    outra questão absolutamente essencial. se a sua weber saiu da caixa na sua mão, é

                    grande a chance de não ser necessário fazer nada. porém, como seguro morreu de

                    velho, é bom verificar. basicamente existem 03 ajustes diferentes, em todos os casos

                    as medidas são realizadas com a tampa do carburador na posição vertical, com a bóia

                    em pêndulo apenas encostada na agulha:

                    1. idf (todas): 10 mm

                    2. dcoe 45/50/55: 8.5 mm

                    3. dcoe 40/48: 8mm

                    não adianta inventar moda. este ajuste é essencial.

                    o tamanho da sua weber

                    vamos ter que abrir aqui um parêntesis e falar de um assunto que aparentemente

                    deveria estar no início. o sujeito pega uma weber com borboletas de 40 mm e acha

                    que está com um canhão de cano duplo na mão. não é bem a verdade. o engano se

                    origina no fato de que as pessoas comparam as webers com carburadores duplos que

                    são equipamento original. o problema está em que estes carburadores duplos

                    originais, de duplo estágio ou simultâneos, com o acionamento do segundo estágio a

                    vácuo ou mecânico, não importa, são todos rateados (do inglês rated) em 3

                    polegadas de mercúrio de vácuo. o que isto quer dizer é quer dizer que a vazão de ar

                    nominal, expressa em qualquer unidade, seja litros por minuto, metros cúbicos por

                    hora, pés cúbicos por minuto (ou cfm do inglês: cubic feet per minute), corresponde

                    a um abaixamento da pressão estática (não é perda de carga ) ao nível da máxima

                    constrição do venturi, de 3 polegas de mercúrio (in hg = inches of mercury) de altura

                    manométrica. assim, aquele carburadorzinho original do seu motor, com aquelas

                    borboletinhas de vinte e poucos milímetros e venturis minúsculos, opera neste nível de

                    vácuo. a única exceção se faz no caso das célebres qadrijets usadas comumente em

                    v8s. neste caso o rating se faz com 1.5 polegas de mercúrio (in hg). estes

                    carburadores já são considerados de alta performance.

                    webers obedecem a regras diferentes. aquele venturi de 28 mm original da idf 40,

                    numa instalação de alta performance com uma borboleta por cilindro (2 carburadores

                    combinados) num motor com cerca de 450 cc por cilindro, o que seria o caso de um

                    ap800 original, está suficiente para cerca de 5000 rpm (rotação de máxima potência).

                    a regra aqui é seguir o gráfico:

                    expandir esta imagemreduzir esta imagem ver em tamanho real

                    para conseguir jogar a potência máxima nos 6000 rpm, os venturis neste caso já

                    teriam que ser de 33 mm. observar aqui que a weber não fala em tamanho da

                    borboleta neste gráfico. o que manda é o tamanho do venturi. o tamanho da

                    borboleta será definido mediante uma relação com o tamanho do venturi desejado. as

                    relações mais usuais ficam em torno de 1.25, ou seja:

                    borboleta = venturi x 1.25

                    esta relação já está intrínseca nas webers com venturis de 36mm, como é o caso da

                    idf44 (1.22) e da dcoe45 (1.25).

                    a idf40 escapa um pouco a esta regra, fornecendo uma relação de: 28/40 = 1.43,

                    também seguido pela dcoe40: 40/30 = 1.33. estes dois casos são de carburadores

                    weber não considerados de alta performance, ou mais apropriados para motores de

                    pequena cilindrada e uso corriqueiro.

                    usando a relação de 1.25, a idf40 (ou a dcoe40) poderia utilizar um venturi de até

                    32 mm. ainda assim, o rating deste carburador estaria abaixo dos 6000 rpm, para o

                    motor indicado acima.

                    moral da história, as webers são dimensionalmente grandes , mas o seu

                    funcionamento é regido por princípios diferentes de todos os outros carburadores.

                    tudo bem, todo mundo usa a idf40. eu também tenho duas num ap arrombado para

                    1950 cc com pistões de monza. o problema aí que vamos ter que usar venturis

                    maiores e o acerto fica mais complicado.

                    esta regra não vale para instalações com 1 venturi alimentando 2 cilindros ou mesmo

                    3 cilindros, como é o caso de 1 idf40 montada num motor de 4 cilindros, o que é

                    muito comum. neste caso a depressão causada pela vazão de ar muito maior, será

                    também muito maior do que o rating original da weber. o acerto do carburador assim

                    muda bastante. na dúvida, entretanto vale a regra básica: webers sempre dão acerto.

                    como você acabou seguindo a orientação do seu preparador que disse que as 40s

                    estavam de bom tamanho para usar num ap2000 arrombado para 2100 cc, e no final

                    das contas você comprou as suas weber usadas mesmo, vamos então falar do acerto

                    propriamente dito.

                    tubos de emulsão

                    popularmente conhecidos como canetas. por que emulsão e não mistura é porque ar

                    e combustível líquido não são miscíveis, ou seja, não misturam realmente. uma

                    emulsão é sempre instável. os componentes de uma emulsão se separam facilmente.

                    é mais ou menos como água e óleo. se você agitar bastante, pode-se conseguir uma

                    emulsão. mas se deixar descansando, eles se separam.

                    a função do tubo de emulsão não é na verdade fornecer ao motor uma emulsão

                    ar/combustível, isto acaba acontecendo como uma consequência secundária. a sua

                    função principal é a de corrigir ou acertar a relação ar/combustível. até por isso, o

                    tubo de emulsão também é chamado de tubo corretor. em última análise, a caneta

                    tem a função de frenar ou segurar o combustível que é entregue ao motor. se isso

                    não acontecesse, a mistura fornecida pelo carburador enriqueceria continuamente até

                    que o motor parasse de funcionar por excesso de combustível.

                    mas, como isso é feito ?

                    canetas sempre são tubos (cilindros ôcos) furados lateralmente, sempre estão

                    imersos em combustível e com a extremidade superior exposta ao ar atmosférico e

                    estão sempre instalados na posição vertical. além disso, as canetas são sempre

                    instaladas numa câmara cilindrica que recebe combustível a partir da cuba do

                    carburador pela sua extremidade inferior. a entrada de combustível para esta câmara

                    é controlada por um giclê. também a extremidade superior, que é aberta à atmosfera,

                    tem o seu diâmetro ou tamanho calibrado por um giclê. em última análise, o

                    combustível fornecido ao motor, não vem diretamente da cuba, mas da câmara da

                    caneta.

                    o desenho de uma caneta varia em função de 2 características principais:

                    1. diâmetro externo.

                    2. posição e quantidade dos furos laterais.

                    geralmente também o giclê de lenta recebe combustível a partir da câmara da caneta

                    e não da cuba. isto até faz o processo de emulsão com ar começar mais cêdo. vamos

                    ver logo adiante porque.

                    na medida em que a borboleta vai se abrindo, até o ponto em que a vazão de ar é

                    suficente para arrastar combustível a partir da câmara da caneta, este combustível é

                    debitado ou flui de 2 fontes: a partir do volume definido entre o diâmetro externo da

                    caneta e o diâmetro interno da câmara, mas também a partir do volume interno da

                    caneta. este combsutível que estava dentro da caneta, na medida em que vai sendo

                    consumido, o seu nível cai. quando o nível chega ao ponto onde está o primeiro furo

                    lateral na caneta, então ar passa ser arrastado junto com o combustível pelo motor.

                    neste ponto começa a ocorrer a emulsão. como ar está sendo arrastado junto com

                    combustível, a quantidade de combustível arrastada diminui. assim acontece o efeito

                    de frenagem ou correção. o nível do combustível existente no volume externo à

                    caneta é mantido continuamente pelo efeito de vasos comunicantes a partir da cuba e

                    é controlado pelo giclê principal. neste ponto, fica fácil de entender estas questões

                    bem básicas:

                    1. quanto menor for a quantidade de furos laterais na caneta, menor é a sua

                    capacidade de frenagem e a mistura entregue ao motor fica mais rica.

                    2. quanto mais baixa na caneta for a posição da primeira linha de furos laterais,

                    mais tarde ocorre o início do processo de frenagem ou correção e, assim a

                    mistura no carburador é enriquecida mais rapidamente. a recíproca é

                    verdadeira.

                    3. quanto menor o diâmetro externo da caneta, maior o volume de combustível

                    disponível na câmara para ser entregue ao motor na altura do cintura do

                    venturi pelo circuito principal. da mesma forma, o efeito de frenagem da caneta

                    diminui um pouco em toda a sua faixa de atuação.

                    4. assim, canetas para motores a gasolina são sempre mais grossas, possuem

                    mais furos laterais e os mesmos começam no topo da caneta logo abaixo da

                    linha de combustível.

                    5. em canetas para motores a álcool, que requerem mais combustível (a relação

                    a/c do etanol é de 9:1 ao passo que a gasolina pura possui relação

                    estequiométrica de 14.7), os furos laterais ocorrem em menor número, a sua

                    posição está sempre mais abaixo, geralmente a partir do segundo terço da

                    caneta (de cima para baixo), e o seu diâmetro externo é menor, tipicamente de

                    0.5 mm a 1 mm a menos do que uma caneta para gasolina.

                    as canetas mais típicas da weber que ilustram bem estas observações são:

                    1. f11 para motores a gasolina. esta caneta é equipamento standard das webers

                    idf40/44.

                    2. f7 para motores a álcool. no caso de efetuar um acerto para álcool numa

                    weber, esta é a caneta mais indicada.

                    existem muitos outros tipos de canetas disponíveis para webers. por exemplo, nas

                    dcoes a caneta standard é a f16. as mais populares são estas:

                    f16 uso corrente nas dcoes. somente para gasolina.

                    f11 uso corrente nas idfs 40/44. somente para gasolina.

                    f7 preferencial para álcool.

                    f4 permite acerto tanto na gasolina como no álcool.

                    uma caneta weber que particularmente julgo muito interessante é a f4. a f4 segue o

                    padrão de furações da f11 mas é 0.5 mm mais fina e possui 2 linhas com furos

                    laterais a mais do que a f11. se conjugada com um respiro de tamanho 200

                    (referência), adquire a capacidade de corrigir fortemente a mistura mesmo utilizandose

                    um giclê principal muito grande. é possível utilizá-la numa idf40 single (1

                    carburador) montada num motor de 4 cilindros e operando no álcool.

                    como dissemos anteriomente, os giclês de lenta recebem combustível a partir da

                    câmara da caneta e não da cuba. por que é porque desta forma cria-se um consumo

                    do combustível da câmara que ocorre em dois lugares ao mesmo tempo, como já foi

                    ilustrado. assim o nível do combustível dentro da caneta fica mais baixo do que na

                    situação do motor em repouso, e o efeito de emulsão inicia-se mais cêdo. o volume de

                    combustível na câmara externo à caneta é mantido pela cuba e o seu fluxo é

                    controlado pelo giclê principal.

                    na verdade, o processo de emulsão paradoxalmente facilita o arrasto do combustível

                    pelo motor. como isso acontece é veja na ilustração abaixo como o ar sendo

                    emulsionado ao líquido acaba ajudando na sucção deste último. é exatamente isto

                    que ocorre num carburador.

                    1. no primeiro copo à esquerda o canudinho não

                    possui nenhum furo lateral. o líquido está

                    estagnado dentro do canudinho acima da

                    superfície livre no copo.

                    2. no segundo copo, o canudinho possui um furo

                    lateral, mas posicionado acima da linha do

                    líquido. o líquido está subindo.

                    3. no terceiro, à direita, o canudinho possui um

                    furo lateral abaixo da linha do líquido e em

                    comunicação com a atmosfera. neste caso o

                    líquido é succionado mais facilmente.

                    retrabalho em canetas

                    em muitos casos isto é necessário. o retrabalho mais comum é a redução do diâmetro

                    externo. esta redução deve ser realizada em estágios de 0.5 mm cada. por exemplo,

                    ao partir-se de uma caneta com 8 mm de diâmtero de externo, deve-se reduzí-la

                    gradativamente para 7.5, 7.0 e 6.5 mm. reduções para diâmetros abaixo dos 6.5 mm

                    geralmente não fornecem nenhum benefício além daquele que já foi obtido até este

                    ponto.

                    a redução do diâmetro externo da caneta deve ser coerente com a utilização que se

                    deseja. assim, não há o menor sentido em se afinar uma f11 para empregá-la num

                    carburador para álcool, quando a caneta adequada para esta aplicação seria a f7.

                    uma f11 retrabalhada jamais irá desempenhar de forma equivalente a uma f7.

                    existem algumas formas de retrabalho mais exóticas que incluem redução gradual do

                    diâmetro externo. na verdade, não possuo nenhuma experiência com este tipo de

                    modificação. nas minhas experiências a redução de diâmtero sempre foi realizada de

                    forma uniforme em toda a altura da caneta.

                    no caso de um motor a gasolina em que a f11 demonstra desempenho ruim, pode-se

                    chegar até a empregar uma f7. vamos conversar sobre isto mais adiante.

                    seqüencia de procedimentos

                    deve-se seguir uma seqüencia ou ordem cronológica ao se efetuar a afinação de um

                    carburador. existem ajustes que devem ser realizados no início e outros devem ser

                    deixados para o final. o ajuste que deve ser deixado para ser realizado por último é o

                    do giclê da bomba de aceleração ou como é conhecido popularmente, o esguicho. a

                    idéia é que se altere este sistema ao mínimo possível.

                    1. marcha-lenta

                    partindo-se da premissa de que as questões relativas a fornecimento de combustível

                    estejam resolvidas, como ilustramos no início, passa-se ao acerto do circuito de

                    marcha-lenta. um instrumento quase que indispensável para se realizar este trabalho

                    é o vacuômetro. qualquer vacuômetro não serve. estes vacuômetros de painel que

                    não possuem graduação não servem para quase nada. é necessário ter-se em mãos

                    um vacuômetro graduado, preferencialmente em polegadas de mercúrio (in hg).

                    usualmente a escala começa em zero e vai até 30 pol hg (30 pol hg = 14.7 psi = 1

                    bar). o vacuômetro deve estar conectado ao coletor de admissão. existem pelo menos

                    2 formas de fazer isso: ou pela mangueira de tomada de vácuo do servo-freio

                    (utilizando um t ) ou utilizando as tomadas de vácuo existentes nos pés da weber.

                    estas tomadas nas webers vêm de fábrica fechadas por um parafuso m4. não há

                    como ter-se certeza da qualidade do acerto da marcha-lenta sem se saber qual o

                    vácuo que o motor está gerando no coletor de admissão.

                    usualmente um motor com comando de válvulas original de baixa permanência

                    fornece um vácuo da ordem de 15 a 17 pol hg. comandos de válvula de alta

                    permanência abaixam significativamente o vácuo da marcha-lenta, podendo o nível

                    final chegar a 5 pol hg. o que torna-se necessário neste caso, com o comando de alta

                    permanência, é elevar a rotação de marcha-lenta até que o vácuo chegue à casa das

                    10 a 12 pol hg. isto vai acontecer na medida em que nos aproximamos da rotação em

                    que o comando limpa , como dizemos na gíria. querer fazer algum afinamento a nível

                    de regulagem com um vácuo de 5 pol hg é quase impossível. por mais elevada que

                    seja a permanência de um comando de alta performance, sempre haverá uma rotação

                    do motor em que o vácuo estará maximizado, tipicamente não menos de 10 pol hg. se

                    o vácuo máximo ficar abaixo deste nível, há alguma coisa de muito errado...

                    o melhor acerto do circuito de lenta é aquele que fornece o melhor nível de vácuo. a

                    princípio, deve-se ter o vacuômetro conectado sempre que algum ajuste for realizado

                    na marcha-lenta.

                    é preciso ter-se em mente que o circuito de marcha-lenta compreende:

                    giclês de marcha-lenta.

                    parafusos de regulagem da mistura.

                    parafusos de regulagem das entradas de ar, ou de bypass . ao contrário dos

                    parafusos de mistura, os parafusos de bypass empobrecem a mistura ao

                    serem abertos. isto ocorre porque o ar que passa por eles não arrasta

                    combustível, ou seja, faz um bypass pelas borboletas. em alguns casos mais

                    extremos de modificação, eles são muito úteis. os manuais da weber em geral

                    recomendam a utilização destes parafusos somente para eqüalização dos

                    carburadores.

                    o giclê de lenta fornece combustível não somente para a marcha-lenta, mas também

                    para toda a fase de transição ou passagem até a entrada do circuito principal. assim,

                    não adianta querer acertar o circuito de lenta testando com o carro parado. é essencial

                    rodar com ele e verificar como está o comportamento imediatamente antes da entrada

                    do circuito principal, ou de alta. tipicamente, na entrada do circuito principal, naquele

                    ponto de abertura da borboleta, o vácuo despenca. é obvio que o objetivo aqui é fazer

                    com que o carburador continue funcionando com um vácuo extremamente baixo de

                    modo a maximizar o enchimento (ou rendimento volumétrico) do motor.

                    no caso de ser necessário usar um giclê de lenta de um certo tamanho para fazer uma

                    boa transição que, no entanto, irá fornecer uma mistura excessivamente rica na

                    marcha-lenta propriamente dita, pode-se neste caso abrir os parafusos de bypass.

                    tipicamente de 1 a 1 ½ voltas, mas podendo chegar a 3 voltas. mais do que isto

                    geralmente não fornece muito benefício. com os parafusos de bypass abertos a

                    marcha-lenta irá estabilizar com um bom sinal de vácuo.

                    deve-se evitar manter os parafusos da mistura fechados a menos de 1 ½ voltas. a

                    marcha-lenta nesta condição fica muito instável.

                    atenção: webers não possuem válvula de força (do inglês power valve ). esta

                    válvula existente na maioria dos carburadores (acho que o único que não possui é o

                    carburador simples original do fusca) tem a função de enriquecer a mistura quando

                    uma forte queda no vácuo do coletor de admissão ocorre. isto acontece quando se

                    pisa no acelerador rapidamente. existem diferentes construções desta válvula. em

                    geral usa-se um diafragma que mantem esta válvula fechada quando o vácuo está

                    alto. alguns carburadores usam um pistão com a mesma função. webers não usam

                    isso. assim, o acerto do circuito de lenta numa weber tem que compensar esta

                    diferença. usualmente isto significa que uma weber vai usar um giclê de lenta maior

                    do que um carburador normal.

                    um material interessante encontrado na web fala do tamanho do respiro dos giclês de

                    lenta. é claro que isto somente vale para as dcoes. as idfs possuem o respiro do

                    giclê de lenta fixo no bloco do carburador. segundo a tabela abaixo, o tamanho dos

                    respiros varia em função da capacidade volumétrica do cilindro unitário para cada

                    motor. é claro que aqui está sub-entendido que este princípio se aplica a instalações

                    com 1 venturi para cada cilindro.

                    expandir esta imagemreduzir esta imagem ver em tamanho real

                    volume do cilindro respiro

                    [cm3] [mm/100]

                    200 35 a 40

                    250 40 a 45

                    300-350 45 a 50

                    400 50

                    450-550 50 a 55

                    600 55 a 60

                    650 60 a 65

                    700 65 a 70

                    750-850 70 a 75

                    2. calculando giclês

                    aqui, vamos ter que abrir um parêntesis novamente e, antes de prosseguir, falar de

                    como podemos fazer um cálculo aproximado do tamanho dos giclês num processo de

                    acerto de uma weber. vamos ter que dividir este assunto em dois subitens:

                    2.1. instalação com 1 borboleta por cilindro, com 2 ou mais carburadores

                    combinados.

                    esta é a opção mais fácil. se o motor funciona a gasolina, aí então é moleza. o acerto

                    já está praticamente pronto. o único problema é que as webers são calibradas para

                    gasolina pura. como a gasolina em nosso país é na verdade um blend com álcool

                    anidro a 22%, será necessário fazer algumas correções.

                    o princípio é o seguinte: a nossa alcoolina possui uma estequiometria de 13.8:1.

                    para a gasolina pura esta relação é de 14.7:1. assim, como podemos corrigir os giclês

                    deste carburador na proporção correta ?

                    o cálculo proposto é o seguinte: vamos aumentar a área de secção transversal dos

                    giclês na proporção:

                    =14.7/13.8 = 1.0652 = +6.52%

                    a vazão de combustível na passagem por um giclê depende muito da área de sua

                    secção transversal.

                    um outro fator que influi sobre a velocidade do combustível na passagem pelo giclê é

                    a sua densidade. com o aumento da densidade, a velocidade do combustível diminui,

                    acarretando assim redução da vazão. ao passar de gasolina pura para a gasolina com

                    álcool a 22% (e22), temos um aumento na densidade do combustível:

                    ρpura = 720 kg/m3

                    ρ e22 = 756 kg/m3

                    ρ alc = 810 kg/m3

                    a velocidade varia na razão inversa da raiz quadrada da variação da densidade,

                    assim:

                    vpura/ v e22 = (ρ e22 / ρpura) ½ = (756/720)1/2 = 1.0247

                    assim computando as variações devidas à estequiometria e também à densidade,

                    temos:

                    = 1.0652 x 1.0247 = 1.0915 = 9.1523 %

                    assim, como vazão = área x velocidade = mm2 x mm/s = mm3/s e como desejamos

                    aumentar esta vazão em 9.15%, iremos aumentar a área do giclê nesta proporção.

                    a questão agora é descobrir que aumento no diâmetro do giclê irá propiciar este

                    aumento na sua área de passagem.

                    assim, a área de uma secção circular é dada por: s = π x d2/4, onde d = diâmetro.

                    tomando como exemplo uma dcoe45 que é fornecida de fábrica com um giclê

                    principal de tamanho 145 (centésimos de milímetro), qual seria o tamanho do novo

                    giclê com um aumento da secção transversal de 9.15 % ?

                    s novo = s velho x 1.0915

                    s novo = π x 1452/4 x 1.0915 = 16513.00 x 1.0915 = 18024.26 (centésimos de

                    milímetros quadrados).

                    d novo = [(4 x s novo)/ π]1/2 = [(4 x 18024.26)/π]1/2

                    d novo = 151.49 mm1/100, fazendo-se um arredondamento:

                    d novo = 150.

                    este cálculo também poderia ter sido feito desta outra forma. como a variação da área

                    de uma secção transversal circular varia com o quadrado da variação de seu diâmetro,

                    podemos calcular o novo diâmetro diretamente a partir do antigo multiplicando-o por

                    (1.0652)1/2.

                    d novo = d velho x (1.0915)1/2 = 145 x 1.0448 = 151.49 ≈ 150.

                    e se quiséssemos converter este carburador para utilizar álcool é o princípio é

                    exatamente o mesmo. como a estequiometria do etanol é de 9.0:1, a proporção de

                    aumento desejada será dada por:

                    = variação estequiométrica x variação densidade

                    =14.7/9.0 x (810/720)1/2 = 1.6333 x 1.0607 = +73.24%

                    assim os giclês destes carburadores terão que sofrer um aumento de sua secção

                    transversal de 73.24%. o novo valor do diâmetro será dado por:

                    d novo = d velho x (1.7324)1/2 = 145 x 1.3162 = 190.85 ≈ 191

                    como giclês aumentam geralmente em steps de 10 centésimos, trocaríamos o giclê

                    145 por um 190.

                    estes dois exemplos conforme demonstrados acima foram validados mediante

                    experimentação. estes resultados são realmente confiáveis.

                    estas contantes podem ser aplicadas também aos giclês de lenta, assim um giclê de

                    lenta tamanho 50, ao passar diretamente para álcool, ficaria:

                    = 50 x 1.3162 = 65.81 ≈ 65

                    ainda:

                    se nenhuma alteração tiver sido feita a nível de tamanho dos venturis, deve-se manter

                    o tamanho do giclê de ar, ou como é também conhecido, respiro da caneta ou então

                    giclê corretor.

                    um aumento do venturi requer redução do giclê de ar. deve-se sempre partir do ajuste

                    padrão da weber para aquele carburador e havendo um aumento dos venturis,

                    teríamos que reduzir os respiros das canetas. a proporção de redução do giclê de ar

                    varia de carburador para carburador. uma boa medida é reduzir o tamanho do giclê de

                    ar em 15 centésimos para cada milímetro de aumento no raio dos venturis.

                    considerando ainda que para cada milímetro de aumento do raio dos venturis (2

                    milímetros no diâmetro), a giclagem principal aumenta na proporção de 10 centésimos.

                    os giclês de ar guardam uma relação com os giclês principais. um aumento nos giclês

                    de ar de 30 centésimos equivale a uma redução de 10 centésimos nos giclês

                    prinicpais. a diferença aqui é que o efeito dos giclês de ar somente são perceptíveis

                    com o circuito principal em regime pleno.

                    alterar a proporção entre o tamanho dos venturis e o tamanho das borboletas em

                    webers nunca é uma boa idéia, mas praticamente todo mundo faz isto. é por aí que

                    os problemas de acerto realmente começam.

                    por exemplo, neste momento tenho duas idfs 40 montadas num ap arrombado para

                    1950. também está com um comando de alta permanência (288°). como disse no

                    início, as 40s não servem para motores assim grandes . o que fiz para compensar foi

                    instalar difusores enormes de 36 mm. é claro que o acerto ficou cabeludo.

                    no final das contas tive que afinar as f7s quase até o osso. os giclês principais

                    ficaram enormes. os corretores das canetas também ficaram grandes para evitar

                    excesso em regime pleno. os giclês de lenta ficaram com 85 centésimos para

                    conseguir alisar a transição. mas no final funcionou bem. como dissemos no início,

                    webers sempre dão acerto.

                    o curso de ação correto teria sido o de trocar as idfs 40 por idfs 44. o bom mesmo

                    ainda seriam duas dcoe 45. mas o dinheiro é sempre curto, não é ?

                    2.2. instalação com 1 borboleta para 2 ou mais cilindros, com apenas 1

                    carburador no motor.

                    webers vêm de fábrica calibradas para serem usadas em combinações de 2 ou mais

                    carburadores, com 1 venturi por cilindro e ainda em coletores com dutos individuais.

                    no entanto, esse tipo de instalação do tipo single é muito popular, pelo seu baixo

                    custo. para turbos esta instalação também é a mais comum.

                    neste caso o que muda mais radicalmente é o giclê principal. no circuito de lenta,

                    vamos observar apenas que pode ser interessante abrir os parafusos de bypass,

                    especialmente se o motor estiver equipado com um comando de alta permanência.

                    com os parafusos de bypass abertos, as borboletas tendem a permanecer numa

                    posição mais próxima do fechamento. assim, o circuito de lenta tem uma participação

                    maior na utilização do veículo. é fundamental que a entrada do circuito principal seja

                    retardada caso se observe que este circuito esteja começando muito cêdo. observase

                    isso quando ocorre excesso na transição. se isto for deixado desta forma, o

                    consumo geralmente ficará muito alto. neste caso pode-se aumentar o tamanho dos

                    venturis. é sempre preferível aumentar os venturis do que baixar o nível da bóia, aliás

                    isto deve ser evitado a todo custo.

                    a idf 40 para este tipo de instalação não é a melhor escolha. voltamos a comentar

                    que a webers 40 não são tão grandes quanto parecem. o problema é que quase

                    todo mundo faz isto, até em motores de opala 6 cilindros. isto chega quase a ser um

                    absurdo. mas vamos em frente.

                    não existe muita informação disponível na web ou em manuais sobre isso. em geral

                    sempre se supõe webers instaladas aos pares ou combinadas, nunca na situação

                    single.

                    existe um gráfico num manual weber ( weber tuning manual editado pela webcon

                    uk ltd) em que se mostra uma relação entre tamanho do venturi e a seleção correta

                    do tamanho dos giclês principais para instalações single com um venturi alimentando

                    2 cilindros. é claro que isto é válido somente para gasolina pura. vejamos.

                    expandir esta imagemreduzir esta imagem ver em tamanho real

                    venturi giclê principal

                    mínimo

                    giclê principal

                    máximo

                    [mm] [mm/100] [mm/100]

                    26 120 145

                    28 125 150

                    30 135 160

                    32 145 175

                    34 155 185

                    38 170 200

                    40 185 210

                    importante:

                    no caso da alcoolina , os diâmetros acima devem ser multiplicados por

                    1.0448.

                    no caso do álcool, os diâmetros acima devem ser multiplicados por 1.3162.

                    com relação a acertos para álcool numa instalação single, quase sempre é necessário

                    usar as canetas f7 com retrabalho. os giclês de marcha-lenta geralmente ficam

                    bastante grandes (80 a 90), e os parafusos de bypass tem que ser abertos quase que

                    mandatoriamente. o circuito da bomba de aceleração vai requerer modificações

                    também. veremos isso mais adiante.

                    2.3. turbos

                    além de todo o restante que foi exposto que também se aplica a turbos, existem

                    algumas diferenças para acertos de webers pressurizadas. o resultado final é

                    excelente, mas requer:

                    usar sempre a caneta f7. original ou retrabalhada.

                    usar venturis pequenos e borboletas grandes. exemplo: idf44 com venturi 28

                    mm ou 26 mm ou a idf40 com venturi 26 mm.

                    evitar as agulhas de bóia com ponta de borracha. sob alta pressão de

                    combustível a ponta da agulha geralmente cola contra o assento, travando a

                    válvula fechada.

                    3. o que fazer com os injetores ou esguichos da bomba de aceleração ?

                    preferencialmente é nada. quanto menos se alterar o circuito da bomba de

                    aceleração, melhor. infelizmente, este é o primeiro lugar em que os mecânicos (tanto

                    os de fim-de-semana como os profissionais) metem a mão e sempre com um

                    alargador… fuja disso

                    o aumento do injetor da bomba não acarreta aumento da quantidade de combustível

                    injetada. o efeito é somente o de reduzir a duração do jato. somente isto.

                    a única modificação que recomendo é a troca da válvula de alimentação/retorno da

                    bomba, que fica localizada no fundo da cuba. normalmente esta válvula possui um

                    orifício calibrado que faz uma parte do combustível retornar para a cuba quando se

                    pisa no acelerador. a função deste orifício de retorno é de evitar totalmente a injeção

                    de combustível quando se leva o acelerador bem lentamente, de modo a evitar que

                    combustível em excesso seja fornecido ao motor. a quantidade de combustível no

                    retorno depende da velocidade com que se aciona o acelerador.

                    no entanto, a weber possui uma versão desta válvula na condição cega , ou seja

                    sem o oríficio de retorno. é a conhecida válvula de cuba 00. esta modificação é a

                    única que realmente aumenta a quantidade de combustível injetada.

                    pelo menos atualmente é muito difícil conseguir esta válvula aqui no brasil. a grande

                    maioria das pessoas nem conhece. por isso mesmo não há procura. o jeito é mandar

                    vir de fora. os sites mais fáceis de conseguir isto são americanos ou inglêses. o

                    nome usual em inglês é pump spill/feed valve .

                    mas como fica a duração do jato mediante modificações no circuito da bomba de

                    aceleração é vejamos.

                    nestas tabelas a seguir estamos calculando quanto varia a duração do jato quando

                    mudamos o tamanho dos injetores e, também em alguns casos, quando variamos a

                    válvula de cuba. o setup original corresponde aos 100%.

                    quando temos valôres acima de 100%, a duração do jato fica aumentada. isto

                    acontece porque estamos reduzindo a área total por onde escoa o combustível neste

                    circuito. quando os valôres estão abaixo de 100% a duração do jato diminui.

                    em alguns casos é interessante obter-se um aumento na duração do jato. isto em

                    geral melhora a dirigibilidade do veículo. a contrapartida é que acaba sendo

                    necessário enriquecer o circuito de lenta.

                    idf40

                    injetor válvula

                    cuba

                    injetor área total duração

                    jato

                    [mm/100] [mm/100] [mm/100] [mm2] [%]

                    50,00 50,00 50,00 50-50-50 100,0%

                    0,1963 0,1963 0,1963 0,5890

                    33,3% 33,3% 33,3% 100,0%

                    50,00 0,00 50,00 50-0-50 150,0%

                    0,1963 0,0000 0,1963 0,3927

                    50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                    55,00 0,00 55,00 55-0-55 124,0%

                    0,2376 0,0000 0,2376 0,4752

                    50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                    55,00 40,00 55,00 55-40-55 98,0%

                    0,2376 0,1257 0,2376 0,6008

                    39,5% 20,9% 39,5% 100,0%

                    55,00 35,00 55,00 55-35-55 103,1%

                    0,2376 0,0962 0,2376 0,5714

                    41,6% 16,8% 41,6% 100,0%

                    60,00 0,00 60,00 60-0-60 104,2%

                    0,2827 0,0000 0,2827 0,5655

                    50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                    65,00 0,00 65,00 65-0-65 88,8%

                    0,3318 0,0000 0,3318 0,6637

                    50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                    50,00 45,00 50,00 50-45-50 106,8%

                    0,1963 0,1590 0,1963 0,5517

                    35,6% 28,8% 35,6% 100,0%

                    80,00 0,00 80,00 80-0-80 58,6%

                    0,5027 0,0000 0,5027 1,0053

                    50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                    notar que os setups com válvula 00 usando injetores tamanho 60 e 65 para a idf40

                    ficam razoáveis. acima disto a redução da duração do jato já é significativa.

                    idf44

                    injetor válvula

                    cuba

                    injetor área total duração

                    jato

                    [mm/100] [mm/100] [mm/100] [mm2] [%]

                    50,00 55,00 50,00 50-55-50 100,0%

                    0,1963 0,2376 0,1963 0,6303

                    31,2% 37,7% 31,2% 100,0%

                    50,00 0,00 50,00 50-0-50 160,5%

                    0,1963 0,0000 0,1963 0,3927

                    50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                    55,00 0,00 55,00 55-0-55 132,6%

                    0,2376 0,0000 0,2376 0,4752

                    50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                    55,00 45,00 55,00 55-45-55 99,4%

                    0,2376 0,1590 0,2376 0,6342

                    37,5% 25,1% 37,5% 100,0%

                    55,00 35,00 55,00 55-35-55 110,3%

                    0,2376 0,0962 0,2376 0,5714

                    41,6% 16,8% 41,6% 100,0%

                    60,00 0,00 60,00 60-0-60 111,5%

                    0,2827 0,0000 0,2827 0,5655

                    50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                    65,00 0,00 65,00 65-0-65 95,0%

                    0,3318 0,0000 0,3318 0,6637

                    50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                    70,00 0,00 70,00 70-0-70 81,9%

                    0,3848 0,0000 0,3848 0,7697

                    50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                    pode-se observar que o setup com os injetores 65 combinados com a válvula 00

                    oferece um bom resultado. a redução na duração do jato é da ordem de apenas 5%.

                    dcoe

                    injetor válvula

                    cuba

                    injetor área total duração

                    jato

                    [mm/100] [mm/100] [mm/100] [mm2] [%]

                    45,00 45,00 45,00 45-45-45 100,0%

                    0,1590 0,1590 0,1590 0,4771

                    33,3% 33,3% 33,3% 100,0%

                    70,00 45,00 70,00 70-45-70 51,4%

                    0,3848 0,1590 0,3848 0,9287

                    41,4% 17,1% 41,4% 100,0%

                    55,00 0,00 55,00 55-0-55 100,4%

                    0,2376 0,0000 0,2376 0,4752

                    50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                    50,00 45,00 50,00 50-45-50 86,5%

                    0,1963 0,1590 0,1963 0,5517

                    35,6% 28,8% 35,6% 100,0%

                    50,00 0,00 50,00 50-0-50 121,5%

                    0,1963 0,0000 0,1963 0,3927

                    50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                    aqui, no caso da dcoe, o único ajuste que mantem a duração do jato ao mesmo

                    tempo em que aumenta significativamente a quantidade de combustível injetada, é o

                    caso dos injetores tamanho 55 com a válvula 00. qualquer outro ajuste com injetores

                    maiores do que isso deve ser evitado.

                    os outros circuitos de alimentação podem ser ajustados com o veículo em

                    dinamômetro, o que não ocorre com o circuito da bomba de aceleração. este acerto

                    tem que ser realizado em testes com o veículo na pista/rua.

                    o circuito da bomba de aceleração deve ser modificado somente depois que todos os

                    outros tenham sido otimizados.

                    um outro aspecto: mais acentuadamente nas dcoes, os injetores da bomba de

                    aceleração também funcionam como alimentadores aerodinâmicos, ou seja, em

                    elevado regime de rotação, os injetores vão fornecer combustível adicional que é

                    arrastado pelo vácuo do motor. isto ocorre em função de os injetores nas dcoes

                    estarem bem imersos no fluxo de ar para o motor após o venturi.

                    corrosão com álcool

                    um último conselho. webers são feitas de uma liga de alumínio. alumínio sofre

                    corrosão em contato com álcool. a recomendação é simples: aplicar niquel químico.

                    não é muito caro e nem dá muito trabalho. vale a pena. a durabilidade aumenta muito

                    e o aspecto estético é ótimo.

                    estas dcoe45 na foto foram niqueladas:

                    ficamos por qui. acho que conseguimos dar uma pincelada em tudo que realmente

                    importa.

                    boa sorte

                    1 Resposta Última resposta
                    • V Offline
                      V Offline
                      vbpilot
                      escreveu em última edição por
                      #10

                      desculpe-me amigo, mas o que tu chama de "acerto weber 40", eu chamaria de "como acabar com uma weber 40".

                      espero que o artigo seguinte te ponha no bom caminho, pq tá tudo errado no teu "acerto"…estuda e aproveita. eu acertei uma na gasolina p ap 1.8 gasolina uando esses conceitos e ficou filé. econômica e andadora.

                      dicas carburadores weber

                      sergio granato

                      edição 01 agosto 2009

                      página 1 (20)

                      sempre fui grande entusiasta da preparação de motores. quando comecei a lidar com

                      isto, lá pelo começo da década de 80, eram muito raros os carros de rua preparados

                      aqui em curitiba usando turbinas. na época não haviam estes kits para turbos que

                      hoje se encontram com tanta facilidade. assim praticamente todo mundo usava motor

                      aspirado. injeção de combustível então, nem pensar. na época se você tinha um

                      motor considerado forte, usava carburadores weber. ainda assim eram poucos. não

                      se conseguia importar nada legalmente. para por as mãos numa weber na época, só

                      trazendo na bagagem numa viagem ao exterior. felizmente tudo mudou e hoje já é

                      possível comprar um carburador weber de praticamente qualquer modelo, novo, na

                      caixa, e por um preço bem decente. também há disponibilidade de peças de

                      reposição, até de fabricação nacional.

                      como é o caso de muita gente, a minha primeira weber foi a popular idf 40. usava

                      num vw ap800 a álcool. isto deve ter sido por volta de 1995. fiz muitas experiências

                      com aquele carburador. uns dois anos mais tarde comprei 02 dcoes 45. sem a

                      menor sombra de dúvida, os melhores carburadores que já tive, também montadas

                      num ap800 a álcool.

                      com o passar dos anos, acumulei alguma experiência com o acerto destes

                      carburadores. nem de longe posso dizer que sei tudo. porém, tenho visto muita gente

                      boa às vezes até desistir de usar este tipo de equipamento, por estar cometendo erros

                      muito básicos a nível de instalação e acerto. por isso resolvi escrever este texto. vou

                      tentar colocar aqui tudo o que aprendi, na maior parte das vezes por experiência

                      própria, na base da tentativa e erro, mas também lendo e pesquisando, principalmente

                      na web.

                      acerto de carburadores weber

                      a regra básica sobre webers, quase o enunciado de um teorema, é a seguinte:

                      webers sempre dão acerto. não interessa em que motor estão montadas, nem o

                      combustível que estão usando. É sempre possível fazê-las funcionar e, elas realmente

                      funcionam muito bem.

                      assim, recomendo um pouco de paciência e carinho no trabalho de afinamento de

                      uma weber. o resultado final sempre valerá a pena.

                      quando a gente instala uma weber, a gente não quer que ela apenas funcione.

                      funcionando o motor já estava com o carburador original. o que a gente quer é que

                      ela transforme todo o seu potencial em desempenho, muito desempenho...

                      o erro mais comum: o fornecimento de combustível.

                      também sofri muito com este problema e hoje vejo que teria economizado muito

                      dinheiro e tempo se tivesse respeitado este requisito básico. assim, muita atenção: a

                      pressão de combustível máxima de trabalho de uma weber de qualquer modelo é 3

                      psi. isto dá aproximadamente 0.2 bar. parece pouco, mas isso corresponde a 2

                      metros de coluna d'água. É suficiente. webers precisam de uma fonte de combustível

                      em baixa pressão e alta vazão. regra geral, as bombas mecânicas da maioria dos

                      motores nacionais não servem. uma das bombas se adapta, com restrições, é a do

                      vw ap. a pressão entregue é de aproximadamente 0.22 bar, mas a vazão é

                      insuficiente.

                      a quase totalidade das falhas, problemas e dificuldades de acerto de uma weber

                      decorrem exatamente deste fator. a pressão de combustível está incorreta,

                      geralmente muito alta, e a vazão, geralmente insuficiente. com pressões de

                      combustível ao nível de 0.5 bar, que é onde a maioria da bombas funcionam, o nível

                      de combustível na cuba da weber estará muito longe do correto. nestas condições, se

                      o ajuste de fábrica do nível de bóia for deixado, deverá ocorrer gotejamento de

                      combustível na marcha lenta e a entrada do circuito principal estará ocorrendo antes

                      do correto. as conseqüências mais comuns são consumo de combustível muito

                      elevado e desempenho ruim.

                      hoje em dia todo mundo usa bomba elétrica, então aqui vai uma dica importante. os

                      dosadores de fabricação nacional disponíveis no mercado não conseguem regular

                      uma pressão de combustível abaixo de 0.45 bar. o que fazer ?

                      para corrigir o problema de excesso de combustível devido à alta pressão, a maioria

                      dos preparadores vai reajustar o nível da bóia para baixo. isto nem sempre funciona,

                      até porque as válvulas de bóia de tamanhos acima de 250 normalmente usadas não

                      vão conseguir segurar esta pressão por muito tempo. o resultado final é ruim. e

                      depois há também o problema de que com a bóia ajustada incorretamente, vai ocorrer

                      falta de combustível em regime de alta potência.

                      a sugestão aqui é simples, e funciona muito bem. É necessário desmontar o dosador

                      e efetuar um rebaixamento no assento da mola do diafragma. o ideal é fazer isto num

                      torno. a recomendação aqui é deixar a altura da mola nivelada com a superfície do

                      dosador, como nas fotos.

                      altura da mola na configuração original, com pré-carga no dosador azul:

                      altura da mola na configuração final, sem pré-carga, no dosador alaranjado:

                      nesta foto abaixo é possível ver o retrabalho realizado do assento da mola no dosador

                      alaranjado.

                      existe ainda um outro erro relativamente comum na instalação de bombas elétricas em

                      veículos originalmente carburados com bomba mecânica. É justamente a questão do

                      retorno do combustível para o tanque. o dosador, ou regulador, faz a regulagem da

                      pressão do combustível controlando o fluxo do combustível na linha de retorno. assim,

                      para que o sistema funcione adequadamente, esta linha de retorno deve oferecer a

                      mínima restrição possível ao fluxo do combustível. os enganos mais comuns e fatais

                      neste item:

                      conectar o retorno na antiga linha de alimentação no corpo da bóia do tanque.

                      o diâmetro deste nípel na entrada do pescador, em geral é de 6 mm e é

                      insuficiente. a linha de retorno nunca pode ser menor do que 8 mm (ou 5/16"),

                      em nenhum ponto. não adianta usar uma mangueira de 8 mm e no final

                      conectar a um nípel de 6 mm.

                      conectar o retorno na linha de alimentação da bomba. neste caso pode ocorrer

                      inclusive variação da pressão do combustível em diferentes regimes de

                      trabalho do motor.

                      resumindo:

                      1. o nípel de retorno deve ter diâmetro nominal de no mínimo 8 mm.

                      2. deve estar instalado no tanque, e num ponto alto. se for deixado num ponto

                      baixo, sempre haverá pressão estática do combustível agindo contra o fluxo do

                      retorno.

                      3. a linha de retorno não pode ter perdas de carga muito grandes, como, por

                      exemplo, causadas por nípeis cotovelo (90 graus), dobras ou curvas muito

                      acentuadas e comprimento excessivo.

                      4. nunca instale o dosador na parede de fogo ou em qualquer lugar no cofre do

                      motor. o lugar dele é lá embaixo bem perto da bomba e, principalmente, do

                      tanque de combustível. o ideal é manter a linha de retorno abaixo de 1 metro

                      de comprimento. a única linha de combustível que vai até o cofre do motor é a

                      de alimentação.

                      isto posto, se a sua pressão de combustível está correta, vamos então ao que

                      interessa.

                      ajuste do nível da bóia

                      outra questão absolutamente essencial. se a sua weber saiu da caixa na sua mão, é

                      grande a chance de não ser necessário fazer nada. porém, como seguro morreu de

                      velho, é bom verificar. basicamente existem 03 ajustes diferentes, em todos os casos

                      as medidas são realizadas com a tampa do carburador na posição vertical, com a bóia

                      em pêndulo apenas encostada na agulha:

                      1. idf (todas): 10 mm

                      2. dcoe 45/50/55: 8.5 mm

                      3. dcoe 40/48: 8mm

                      não adianta inventar moda. este ajuste é essencial.

                      o tamanho da sua weber

                      vamos ter que abrir aqui um parêntesis e falar de um assunto que aparentemente

                      deveria estar no início. o sujeito pega uma weber com borboletas de 40 mm e acha

                      que está com um canhão de cano duplo na mão. não é bem a verdade. o engano se

                      origina no fato de que as pessoas comparam as webers com carburadores duplos que

                      são equipamento original. o problema está em que estes carburadores duplos

                      originais, de duplo estágio ou simultâneos, com o acionamento do segundo estágio a

                      vácuo ou mecânico, não importa, são todos "rateados" (do inglês rated) em 3

                      polegadas de mercúrio de vácuo. o que isto quer dizer é quer dizer que a vazão de ar

                      nominal, expressa em qualquer unidade, seja litros por minuto, metros cúbicos por

                      hora, pés cúbicos por minuto (ou cfm do inglês: cubic feet per minute), corresponde

                      a um abaixamento da pressão estática (não é perda de carga !) ao nível da máxima

                      constrição do venturi, de 3 polegas de mercúrio (in hg = inches of mercury) de altura

                      manométrica. assim, aquele carburadorzinho original do seu motor, com aquelas

                      borboletinhas de vinte e poucos milímetros e venturis minúsculos, opera neste nível de

                      vácuo. a única exceção se faz no caso das célebres qadrijets usadas comumente em

                      v8s. neste caso o "rating" se faz com 1.5 polegas de mercúrio (in hg). estes

                      carburadores já são considerados de alta performance.

                      webers obedecem a regras diferentes. aquele venturi de 28 mm original da idf 40,

                      numa instalação de alta performance com uma borboleta por cilindro (2 carburadores

                      combinados) num motor com cerca de 450 cc por cilindro, o que seria o caso de um

                      ap800 original, está suficiente para cerca de 5000 rpm (rotação de máxima potência).

                      a regra aqui é seguir o gráfico:

                      expandir esta imagemreduzir esta imagem ver em tamanho real

                      para conseguir jogar a potência máxima nos 6000 rpm, os venturis neste caso já

                      teriam que ser de 33 mm. observar aqui que a weber não fala em tamanho da

                      borboleta neste gráfico. o que manda é o tamanho do venturi. o tamanho da

                      borboleta será definido mediante uma relação com o tamanho do venturi desejado. as

                      relações mais usuais ficam em torno de 1.25, ou seja:

                      borboleta = venturi x 1.25

                      esta relação já está intrínseca nas webers com venturis de 36mm, como é o caso da

                      idf44 (1.22) e da dcoe45 (1.25).

                      a idf40 escapa um pouco a esta regra, fornecendo uma relação de: 28/40 = 1.43,

                      também seguido pela dcoe40: 40/30 = 1.33. estes dois casos são de carburadores

                      weber não considerados de alta performance, ou mais apropriados para motores de

                      pequena cilindrada e uso corriqueiro.

                      usando a relação de 1.25, a idf40 (ou a dcoe40) poderia utilizar um venturi de até

                      32 mm. ainda assim, o "rating" deste carburador estaria abaixo dos 6000 rpm, para o

                      motor indicado acima.

                      moral da história, as webers são dimensionalmente "grandes", mas o seu

                      funcionamento é regido por princípios diferentes de todos os outros carburadores.

                      tudo bem, todo mundo usa a idf40. eu também tenho duas num ap arrombado para

                      1950 cc com pistões de monza. o problema aí que vamos ter que usar venturis

                      maiores e o acerto fica mais complicado.

                      esta regra não vale para instalações com 1 venturi alimentando 2 cilindros ou mesmo

                      3 cilindros, como é o caso de 1 idf40 montada num motor de 4 cilindros, o que é

                      muito comum. neste caso a depressão causada pela vazão de ar muito maior, será

                      também muito maior do que o rating original da weber. o acerto do carburador assim

                      muda bastante. na dúvida, entretanto vale a regra básica: webers sempre dão acerto.

                      como você acabou seguindo a orientação do seu preparador que disse que as 40s

                      estavam de bom tamanho para usar num ap2000 arrombado para 2100 cc, e no final

                      das contas você comprou as suas weber usadas mesmo, vamos então falar do acerto

                      propriamente dito.

                      tubos de emulsão

                      popularmente conhecidos como canetas. por que emulsão e não mistura é porque ar

                      e combustível líquido não são miscíveis, ou seja, não misturam realmente. uma

                      emulsão é sempre instável. os componentes de uma emulsão se separam facilmente.

                      É mais ou menos como água e óleo. se você agitar bastante, pode-se conseguir uma

                      emulsão. mas se deixar descansando, eles se separam.

                      a função do tubo de emulsão não é na verdade fornecer ao motor uma emulsão

                      ar/combustível, isto acaba acontecendo como uma consequência secundária. a sua

                      função principal é a de corrigir ou acertar a relação ar/combustível. até por isso, o

                      tubo de emulsão também é chamado de tubo corretor. em última análise, a caneta

                      tem a função de frenar ou "segurar" o combustível que é entregue ao motor. se isso

                      não acontecesse, a mistura fornecida pelo carburador enriqueceria continuamente até

                      que o motor parasse de funcionar por excesso de combustível.

                      mas, como isso é feito ?

                      canetas sempre são tubos (cilindros ôcos) furados lateralmente, sempre estão

                      imersos em combustível e com a extremidade superior exposta ao ar atmosférico e

                      estão sempre instalados na posição vertical. além disso, as canetas são sempre

                      instaladas numa câmara cilindrica que recebe combustível a partir da cuba do

                      carburador pela sua extremidade inferior. a entrada de combustível para esta câmara

                      é controlada por um giclê. também a extremidade superior, que é aberta à atmosfera,

                      tem o seu diâmetro ou tamanho calibrado por um giclê. em última análise, o

                      combustível fornecido ao motor, não vem diretamente da cuba, mas da câmara da

                      caneta.

                      o desenho de uma caneta varia em função de 2 características principais:

                      1. diâmetro externo.

                      2. posição e quantidade dos furos laterais.

                      geralmente também o giclê de lenta recebe combustível a partir da câmara da caneta

                      e não da cuba. isto até faz o processo de emulsão com ar começar mais cêdo. vamos

                      ver logo adiante porque.

                      na medida em que a borboleta vai se abrindo, até o ponto em que a vazão de ar é

                      suficente para arrastar combustível a partir da câmara da caneta, este combustível é

                      debitado ou flui de 2 fontes: a partir do volume definido entre o diâmetro externo da

                      caneta e o diâmetro interno da câmara, mas também a partir do volume interno da

                      caneta. este combsutível que estava dentro da caneta, na medida em que vai sendo

                      consumido, o seu nível cai. quando o nível chega ao ponto onde está o primeiro furo

                      lateral na caneta, então ar passa ser arrastado junto com o combustível pelo motor.

                      neste ponto começa a ocorrer a emulsão. como ar está sendo arrastado junto com

                      combustível, a quantidade de combustível arrastada diminui. assim acontece o efeito

                      de frenagem ou correção. o nível do combustível existente no volume externo à

                      caneta é mantido continuamente pelo efeito de vasos comunicantes a partir da cuba e

                      é controlado pelo giclê principal. neste ponto, fica fácil de entender estas questões

                      bem básicas:

                      1. quanto menor for a quantidade de furos laterais na caneta, menor é a sua

                      capacidade de frenagem e a mistura entregue ao motor fica mais rica.

                      2. quanto mais baixa na caneta for a posição da primeira linha de furos laterais,

                      mais tarde ocorre o início do processo de frenagem ou correção e, assim a

                      mistura no carburador é enriquecida mais rapidamente. a recíproca é

                      verdadeira.

                      3. quanto menor o diâmetro externo da caneta, maior o volume de combustível

                      disponível na câmara para ser entregue ao motor na altura do "cintura" do

                      venturi pelo circuito principal. da mesma forma, o efeito de frenagem da caneta

                      diminui um pouco em toda a sua faixa de atuação.

                      4. assim, canetas para motores a gasolina são sempre mais grossas, possuem

                      mais furos laterais e os mesmos começam no topo da caneta logo abaixo da

                      linha de combustível.

                      5. em canetas para motores a álcool, que requerem mais combustível (a relação

                      a/c do etanol é de 9:1 ao passo que a gasolina pura possui relação

                      estequiométrica de 14.7), os furos laterais ocorrem em menor número, a sua

                      posição está sempre mais abaixo, geralmente a partir do segundo terço da

                      caneta (de cima para baixo), e o seu diâmetro externo é menor, tipicamente de

                      0.5 mm a 1 mm a menos do que uma caneta para gasolina.

                      as canetas mais típicas da weber que ilustram bem estas observações são:

                      1. f11 para motores a gasolina. esta caneta é equipamento standard das webers

                      idf40/44.

                      2. f7 para motores a álcool. no caso de efetuar um acerto para álcool numa

                      weber, esta é a caneta mais indicada.

                      existem muitos outros tipos de canetas disponíveis para webers. por exemplo, nas

                      dcoes a caneta standard é a f16. as mais populares são estas:

                      f16 uso corrente nas dcoes. somente para gasolina.

                      f11 uso corrente nas idfs 40/44. somente para gasolina.

                      f7 preferencial para álcool.

                      f4 permite acerto tanto na gasolina como no álcool.

                      uma caneta weber que particularmente julgo muito interessante é a f4. a f4 segue o

                      padrão de furações da f11 mas é 0.5 mm mais fina e possui 2 linhas com furos

                      laterais a mais do que a f11. se conjugada com um respiro de tamanho 200

                      (referência), adquire a capacidade de corrigir fortemente a mistura mesmo utilizandose

                      um giclê principal muito grande. É possível utilizá-la numa idf40 "single" (1

                      carburador) montada num motor de 4 cilindros e operando no álcool.

                      como dissemos anteriomente, os giclês de lenta recebem combustível a partir da

                      câmara da caneta e não da cuba. por que é porque desta forma cria-se um consumo

                      do combustível da câmara que ocorre em dois lugares ao mesmo tempo, como já foi

                      ilustrado. assim o nível do combustível dentro da caneta fica mais baixo do que na

                      situação do motor em repouso, e o efeito de emulsão inicia-se mais cêdo. o volume de

                      combustível na câmara externo à caneta é mantido pela cuba e o seu fluxo é

                      controlado pelo giclê principal.

                      na verdade, o processo de emulsão paradoxalmente facilita o arrasto do combustível

                      pelo motor. como isso acontece é veja na ilustração abaixo como o ar sendo

                      emulsionado ao líquido acaba ajudando na sucção deste último. É exatamente isto

                      que ocorre num carburador.

                      1. no primeiro copo à esquerda o canudinho não

                      possui nenhum furo lateral. o líquido está

                      estagnado dentro do canudinho acima da

                      superfície livre no copo.

                      2. no segundo copo, o canudinho possui um furo

                      lateral, mas posicionado acima da linha do

                      líquido. o líquido está subindo.

                      3. no terceiro, à direita, o canudinho possui um

                      furo lateral abaixo da linha do líquido e em

                      comunicação com a atmosfera. neste caso o

                      líquido é succionado mais facilmente.

                      retrabalho em canetas

                      em muitos casos isto é necessário. o retrabalho mais comum é a redução do diâmetro

                      externo. esta redução deve ser realizada em estágios de 0.5 mm cada. por exemplo,

                      ao partir-se de uma caneta com 8 mm de diâmtero de externo, deve-se reduzí-la

                      gradativamente para 7.5, 7.0 e 6.5 mm. reduções para diâmetros abaixo dos 6.5 mm

                      geralmente não fornecem nenhum benefício além daquele que já foi obtido até este

                      ponto.

                      a redução do diâmetro externo da caneta deve ser coerente com a utilização que se

                      deseja. assim, não há o menor sentido em se afinar uma f11 para empregá-la num

                      carburador para álcool, quando a caneta adequada para esta aplicação seria a f7.

                      uma f11 retrabalhada jamais irá desempenhar de forma equivalente a uma f7.

                      existem algumas formas de retrabalho mais exóticas que incluem redução gradual do

                      diâmetro externo. na verdade, não possuo nenhuma experiência com este tipo de

                      modificação. nas minhas experiências a redução de diâmtero sempre foi realizada de

                      forma uniforme em toda a altura da caneta.

                      no caso de um motor a gasolina em que a f11 demonstra desempenho ruim, pode-se

                      chegar até a empregar uma f7. vamos conversar sobre isto mais adiante.

                      seqüencia de procedimentos

                      deve-se seguir uma seqüencia ou ordem cronológica ao se efetuar a afinação de um

                      carburador. existem ajustes que devem ser realizados no início e outros devem ser

                      deixados para o final. o ajuste que deve ser deixado para ser realizado por último é o

                      do giclê da bomba de aceleração ou como é conhecido popularmente, o esguicho. a

                      idéia é que se altere este sistema ao mínimo possível.

                      1. marcha-lenta

                      partindo-se da premissa de que as questões relativas a fornecimento de combustível

                      estejam resolvidas, como ilustramos no início, passa-se ao acerto do circuito de

                      marcha-lenta. um instrumento quase que indispensável para se realizar este trabalho

                      é o vacuômetro. qualquer vacuômetro não serve. estes vacuômetros de painel que

                      não possuem graduação não servem para quase nada. É necessário ter-se em mãos

                      um vacuômetro graduado, preferencialmente em polegadas de mercúrio (in hg).

                      usualmente a escala começa em zero e vai até 30 pol hg (30 pol hg = 14.7 psi = 1

                      bar). o vacuômetro deve estar conectado ao coletor de admissão. existem pelo menos

                      2 formas de fazer isso: ou pela mangueira de tomada de vácuo do servo-freio

                      (utilizando um "t") ou utilizando as tomadas de vácuo existentes nos pés da weber.

                      estas tomadas nas webers vêm de fábrica fechadas por um parafuso m4. não há

                      como ter-se certeza da qualidade do acerto da marcha-lenta sem se saber qual o

                      vácuo que o motor está gerando no coletor de admissão.

                      usualmente um motor com comando de válvulas original de baixa permanência

                      fornece um vácuo da ordem de 15 a 17 pol hg. comandos de válvula de alta

                      permanência abaixam significativamente o vácuo da marcha-lenta, podendo o nível

                      final chegar a 5 pol hg. o que torna-se necessário neste caso, com o comando de alta

                      permanência, é elevar a rotação de marcha-lenta até que o vácuo chegue à casa das

                      10 a 12 pol hg. isto vai acontecer na medida em que nos aproximamos da rotação em

                      que o comando "limpa", como dizemos na gíria. querer fazer algum afinamento a nível

                      de regulagem com um vácuo de 5 pol hg é quase impossível. por mais elevada que

                      seja a permanência de um comando de alta performance, sempre haverá uma rotação

                      do motor em que o vácuo estará maximizado, tipicamente não menos de 10 pol hg. se

                      o vácuo máximo ficar abaixo deste nível, há alguma coisa de muito errado...

                      o melhor acerto do circuito de lenta é aquele que fornece o melhor nível de vácuo. a

                      princípio, deve-se ter o vacuômetro conectado sempre que algum ajuste for realizado

                      na marcha-lenta.

                      É preciso ter-se em mente que o circuito de marcha-lenta compreende:

                      giclês de marcha-lenta.

                      parafusos de regulagem da mistura.

                      parafusos de regulagem das entradas de ar, ou de "bypass". ao contrário dos

                      parafusos de mistura, os parafusos de bypass empobrecem a mistura ao

                      serem abertos. isto ocorre porque o ar que passa por eles não arrasta

                      combustível, ou seja, faz um "bypass" pelas borboletas. em alguns casos mais

                      extremos de modificação, eles são muito úteis. os manuais da weber em geral

                      recomendam a utilização destes parafusos somente para eqüalização dos

                      carburadores.

                      o giclê de lenta fornece combustível não somente para a marcha-lenta, mas também

                      para toda a fase de transição ou passagem até a entrada do circuito principal. assim,

                      não adianta querer acertar o circuito de lenta testando com o carro parado. É essencial

                      rodar com ele e verificar como está o comportamento imediatamente antes da entrada

                      do circuito principal, ou de alta. tipicamente, na entrada do circuito principal, naquele

                      ponto de abertura da borboleta, o vácuo despenca. É obvio que o objetivo aqui é fazer

                      com que o carburador continue funcionando com um vácuo extremamente baixo de

                      modo a maximizar o enchimento (ou rendimento volumétrico) do motor.

                      no caso de ser necessário usar um giclê de lenta de um certo tamanho para fazer uma

                      boa transição que, no entanto, irá fornecer uma mistura excessivamente rica na

                      marcha-lenta propriamente dita, pode-se neste caso abrir os parafusos de bypass.

                      tipicamente de 1 a 1 ½ voltas, mas podendo chegar a 3 voltas. mais do que isto

                      geralmente não fornece muito benefício. com os parafusos de bypass abertos a

                      marcha-lenta irá estabilizar com um bom sinal de vácuo.

                      deve-se evitar manter os parafusos da mistura fechados a menos de 1 ½ voltas. a

                      marcha-lenta nesta condição fica muito instável.

                      atenção: webers não possuem válvula de força (do inglês "power valve"). esta

                      válvula existente na maioria dos carburadores (acho que o único que não possui é o

                      carburador simples original do fusca) tem a função de enriquecer a mistura quando

                      uma forte queda no vácuo do coletor de admissão ocorre. isto acontece quando se

                      pisa no acelerador rapidamente. existem diferentes construções desta válvula. em

                      geral usa-se um diafragma que mantem esta válvula fechada quando o vácuo está

                      alto. alguns carburadores usam um pistão com a mesma função. webers não usam

                      isso. assim, o acerto do circuito de lenta numa weber tem que compensar esta

                      diferença. usualmente isto significa que uma weber vai usar um giclê de lenta maior

                      do que um carburador normal.

                      um material interessante encontrado na web fala do tamanho do respiro dos giclês de

                      lenta. É claro que isto somente vale para as dcoes. as idfs possuem o respiro do

                      giclê de lenta fixo no bloco do carburador. segundo a tabela abaixo, o tamanho dos

                      respiros varia em função da capacidade volumétrica do cilindro unitário para cada

                      motor. É claro que aqui está sub-entendido que este princípio se aplica a instalações

                      com 1 venturi para cada cilindro.

                      expandir esta imagemreduzir esta imagem ver em tamanho real

                      volume do cilindro respiro

                      [cm3] [mm/100]

                      200 35 a 40

                      250 40 a 45

                      300-350 45 a 50

                      400 50

                      450-550 50 a 55

                      600 55 a 60

                      650 60 a 65

                      700 65 a 70

                      750-850 70 a 75

                      2. calculando giclês

                      aqui, vamos ter que abrir um parêntesis novamente e, antes de prosseguir, falar de

                      como podemos fazer um cálculo aproximado do tamanho dos giclês num processo de

                      acerto de uma weber. vamos ter que dividir este assunto em dois subitens:

                      2.1. instalação com 1 borboleta por cilindro, com 2 ou mais carburadores

                      combinados.

                      esta é a opção mais fácil. se o motor funciona a gasolina, aí então é moleza. o acerto

                      já está praticamente pronto. o único problema é que as webers são calibradas para

                      gasolina pura. como a gasolina em nosso país é na verdade um "blend" com álcool

                      anidro a 22%, será necessário fazer algumas correções.

                      o princípio é o seguinte: a nossa "alcoolina" possui uma estequiometria de 13.8:1.

                      para a gasolina pura esta relação é de 14.7:1. assim, como podemos corrigir os giclês

                      deste carburador na proporção correta ?

                      o cálculo proposto é o seguinte: vamos aumentar a área de secção transversal dos

                      giclês na proporção:

                      =14.7/13.8 = 1.0652 = +6.52%

                      a vazão de combustível na passagem por um giclê depende muito da área de sua

                      secção transversal.

                      um outro fator que influi sobre a velocidade do combustível na passagem pelo giclê é

                      a sua densidade. com o aumento da densidade, a velocidade do combustível diminui,

                      acarretando assim redução da vazão. ao passar de gasolina pura para a gasolina com

                      álcool a 22% (e22), temos um aumento na densidade do combustível:

                      ρpura = 720 kg/m3

                      ρ e22 = 756 kg/m3

                      ρ alc = 810 kg/m3

                      a velocidade varia na razão inversa da raiz quadrada da variação da densidade,

                      assim:

                      vpura/ v e22 = (ρ e22 / ρpura) ½ = (756/720)1/2 = 1.0247

                      assim computando as variações devidas à estequiometria e também à densidade,

                      temos:

                      = 1.0652 x 1.0247 = 1.0915 = 9.1523 %

                      assim, como vazão = Área x velocidade = mm2 x mm/s = mm3/s e como desejamos

                      aumentar esta vazão em 9.15%, iremos aumentar a área do giclê nesta proporção.

                      a questão agora é descobrir que aumento no diâmetro do giclê irá propiciar este

                      aumento na sua área de passagem.

                      assim, a área de uma secção circular é dada por: s = π x d2/4, onde d = diâmetro.

                      tomando como exemplo uma dcoe45 que é fornecida de fábrica com um giclê

                      principal de tamanho 145 (centésimos de milímetro), qual seria o tamanho do novo

                      giclê com um aumento da secção transversal de 9.15 % ?

                      s novo = s velho x 1.0915

                      s novo = π x 1452/4 x 1.0915 = 16513.00 x 1.0915 = 18024.26 (centésimos de

                      milímetros quadrados).

                      d novo = [(4 x s novo)/ π]1/2 = [(4 x 18024.26)/π]1/2

                      d novo = 151.49 mm1/100, fazendo-se um arredondamento:

                      d novo = 150.

                      este cálculo também poderia ter sido feito desta outra forma. como a variação da área

                      de uma secção transversal circular varia com o quadrado da variação de seu diâmetro,

                      podemos calcular o novo diâmetro diretamente a partir do antigo multiplicando-o por

                      (1.0652)1/2.

                      d novo = d velho x (1.0915)1/2 = 145 x 1.0448 = 151.49 ≈ 150.

                      e se quiséssemos converter este carburador para utilizar álcool é o princípio é

                      exatamente o mesmo. como a estequiometria do etanol é de 9.0:1, a proporção de

                      aumento desejada será dada por:

                      = variação estequiométrica x variação densidade

                      =14.7/9.0 x (810/720)1/2 = 1.6333 x 1.0607 = +73.24%

                      assim os giclês destes carburadores terão que sofrer um aumento de sua secção

                      transversal de 73.24%. o novo valor do diâmetro será dado por:

                      d novo = d velho x (1.7324)1/2 = 145 x 1.3162 = 190.85 ≈ 191

                      como giclês aumentam geralmente em steps de 10 centésimos, trocaríamos o giclê

                      145 por um 190.

                      estes dois exemplos conforme demonstrados acima foram validados mediante

                      experimentação. estes resultados são realmente confiáveis.

                      estas contantes podem ser aplicadas também aos giclês de lenta, assim um giclê de

                      lenta tamanho 50, ao passar diretamente para álcool, ficaria:

                      = 50 x 1.3162 = 65.81 ≈ 65

                      ainda:

                      se nenhuma alteração tiver sido feita a nível de tamanho dos venturis, deve-se manter

                      o tamanho do giclê de ar, ou como é também conhecido, respiro da caneta ou então

                      giclê corretor.

                      um aumento do venturi requer redução do giclê de ar. deve-se sempre partir do ajuste

                      padrão da weber para aquele carburador e havendo um aumento dos venturis,

                      teríamos que reduzir os respiros das canetas. a proporção de redução do giclê de ar

                      varia de carburador para carburador. uma boa medida é reduzir o tamanho do giclê de

                      ar em 15 centésimos para cada milímetro de aumento no raio dos venturis.

                      considerando ainda que para cada milímetro de aumento do raio dos venturis (2

                      milímetros no diâmetro), a giclagem principal aumenta na proporção de 10 centésimos.

                      os giclês de ar guardam uma relação com os giclês principais. um aumento nos giclês

                      de ar de 30 centésimos equivale a uma redução de 10 centésimos nos giclês

                      prinicpais. a diferença aqui é que o efeito dos giclês de ar somente são perceptíveis

                      com o circuito principal em regime pleno.

                      alterar a proporção entre o tamanho dos venturis e o tamanho das borboletas em

                      webers nunca é uma boa idéia, mas praticamente todo mundo faz isto. É por aí que

                      os problemas de acerto realmente começam.

                      por exemplo, neste momento tenho duas idfs 40 montadas num ap arrombado para

                      1950. também está com um comando de alta permanência (288°). como disse no

                      início, as 40s não servem para motores assim "grandes". o que fiz para compensar foi

                      instalar difusores enormes de 36 mm. É claro que o acerto ficou cabeludo.

                      no final das contas tive que afinar as f7s quase até o osso. os giclês principais

                      ficaram enormes. os corretores das canetas também ficaram grandes para evitar

                      excesso em regime pleno. os giclês de lenta ficaram com 85 centésimos para

                      conseguir "alisar" a transição. mas no final funcionou bem. como dissemos no início,

                      webers sempre dão acerto.

                      o curso de ação correto teria sido o de trocar as idfs 40 por idfs 44. o bom mesmo

                      ainda seriam duas dcoe 45. mas o dinheiro é sempre curto, não é ?

                      2.2. instalação com 1 borboleta para 2 ou mais cilindros, com apenas 1

                      carburador no motor.

                      webers vêm de fábrica calibradas para serem usadas em combinações de 2 ou mais

                      carburadores, com 1 venturi por cilindro e ainda em coletores com dutos individuais.

                      no entanto, esse tipo de instalação do tipo "single" é muito popular, pelo seu baixo

                      custo. para turbos esta instalação também é a mais comum.

                      neste caso o que muda mais radicalmente é o giclê principal. no circuito de lenta,

                      vamos observar apenas que pode ser interessante abrir os parafusos de bypass,

                      especialmente se o motor estiver equipado com um comando de alta permanência.

                      com os parafusos de bypass abertos, as borboletas tendem a permanecer numa

                      posição mais próxima do fechamento. assim, o circuito de lenta tem uma participação

                      maior na utilização do veículo. É fundamental que a entrada do circuito principal seja

                      retardada caso se observe que este circuito esteja começando muito cêdo. observase

                      isso quando ocorre excesso na transição. se isto for deixado desta forma, o

                      consumo geralmente ficará muito alto. neste caso pode-se aumentar o tamanho dos

                      venturis. É sempre preferível aumentar os venturis do que baixar o nível da bóia, aliás

                      isto deve ser evitado a todo custo.

                      a idf 40 para este tipo de instalação não é a melhor escolha. voltamos a comentar

                      que a webers 40 não são tão "grandes" quanto parecem. o problema é que quase

                      todo mundo faz isto, até em motores de opala 6 cilindros. isto chega quase a ser um

                      absurdo. mas vamos em frente.

                      não existe muita informação disponível na web ou em manuais sobre isso. em geral

                      sempre se supõe webers instaladas aos pares ou combinadas, nunca na situação

                      single.

                      existe um gráfico num manual weber ("weber tuning manual" editado pela webcon

                      uk ltd) em que se mostra uma relação entre tamanho do venturi e a seleção correta

                      do tamanho dos giclês principais para instalações single com um venturi alimentando

                      2 cilindros. É claro que isto é válido somente para gasolina pura. vejamos.

                      expandir esta imagemreduzir esta imagem ver em tamanho real

                      venturi giclê principal

                      mínimo

                      giclê principal

                      máximo

                      [mm] [mm/100] [mm/100]

                      26 120 145

                      28 125 150

                      30 135 160

                      32 145 175

                      34 155 185

                      38 170 200

                      40 185 210

                      importante:

                      no caso da "alcoolina", os diâmetros acima devem ser multiplicados por

                      1.0448.

                      no caso do álcool, os diâmetros acima devem ser multiplicados por 1.3162.

                      com relação a acertos para álcool numa instalação single, quase sempre é necessário

                      usar as canetas f7 com retrabalho. os giclês de marcha-lenta geralmente ficam

                      bastante grandes (80 a 90), e os parafusos de bypass tem que ser abertos quase que

                      mandatoriamente. o circuito da bomba de aceleração vai requerer modificações

                      também. veremos isso mais adiante.

                      2.3. turbos

                      além de todo o restante que foi exposto que também se aplica a turbos, existem

                      algumas diferenças para acertos de webers pressurizadas. o resultado final é

                      excelente, mas requer:

                      usar sempre a caneta f7. original ou retrabalhada.

                      usar venturis pequenos e borboletas grandes. exemplo: idf44 com venturi 28

                      mm ou 26 mm ou a idf40 com venturi 26 mm.

                      evitar as agulhas de bóia com ponta de borracha. sob alta pressão de

                      combustível a ponta da agulha geralmente "cola" contra o assento, travando a

                      válvula fechada.

                      3. o que fazer com os injetores ou esguichos da bomba de aceleração ?

                      preferencialmente é nada. quanto menos se alterar o circuito da bomba de

                      aceleração, melhor. infelizmente, este é o primeiro lugar em que os "mecânicos" (tanto

                      os de fim-de-semana como os profissionais) metem a mão e sempre com um

                      alargador… fuja disso !

                      o aumento do injetor da bomba nÃo acarreta aumento da quantidade de combustível

                      injetada. o efeito é somente o de reduzir a duração do jato. somente isto.

                      a única modificação que recomendo é a troca da válvula de alimentação/retorno da

                      bomba, que fica localizada no fundo da cuba. normalmente esta válvula possui um

                      orifício calibrado que faz uma parte do combustível retornar para a cuba quando se

                      pisa no acelerador. a função deste orifício de retorno é de evitar totalmente a injeção

                      de combustível quando se "leva o acelerador" bem lentamente, de modo a evitar que

                      combustível em excesso seja fornecido ao motor. a quantidade de combustível no

                      retorno depende da velocidade com que se aciona o acelerador.

                      no entanto, a weber possui uma versão desta válvula na condição "cega", ou seja

                      sem o oríficio de retorno. É a conhecida válvula de cuba 00. esta modificação é a

                      única que realmente aumenta a quantidade de combustível injetada.

                      pelo menos atualmente é muito difícil conseguir esta válvula aqui no brasil. a grande

                      maioria das pessoas nem conhece. por isso mesmo não há procura. o jeito é mandar

                      vir de fora. os sites mais fáceis de conseguir isto são americanos ou inglêses. o

                      nome usual em inglês é "pump spill/feed valve".

                      mas como fica a duração do jato mediante modificações no circuito da bomba de

                      aceleração é vejamos.

                      nestas tabelas a seguir estamos calculando quanto varia a duração do jato quando

                      mudamos o tamanho dos injetores e, também em alguns casos, quando variamos a

                      válvula de cuba. o setup original corresponde aos 100%.

                      quando temos valôres acima de 100%, a duração do jato fica aumentada. isto

                      acontece porque estamos reduzindo a área total por onde escoa o combustível neste

                      circuito. quando os valôres estão abaixo de 100% a duração do jato diminui.

                      em alguns casos é interessante obter-se um aumento na duração do jato. isto em

                      geral melhora a dirigibilidade do veículo. a contrapartida é que acaba sendo

                      necessário enriquecer o circuito de lenta.

                      idf40

                      injetor válvula

                      cuba

                      injetor Área total duração

                      jato

                      [mm/100] [mm/100] [mm/100] [mm2] [%]

                      50,00 50,00 50,00 50-50-50 100,0%

                      0,1963 0,1963 0,1963 0,5890

                      33,3% 33,3% 33,3% 100,0%

                      50,00 0,00 50,00 50-0-50 150,0%

                      0,1963 0,0000 0,1963 0,3927

                      50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                      55,00 0,00 55,00 55-0-55 124,0%

                      0,2376 0,0000 0,2376 0,4752

                      50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                      55,00 40,00 55,00 55-40-55 98,0%

                      0,2376 0,1257 0,2376 0,6008

                      39,5% 20,9% 39,5% 100,0%

                      55,00 35,00 55,00 55-35-55 103,1%

                      0,2376 0,0962 0,2376 0,5714

                      41,6% 16,8% 41,6% 100,0%

                      60,00 0,00 60,00 60-0-60 104,2%

                      0,2827 0,0000 0,2827 0,5655

                      50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                      65,00 0,00 65,00 65-0-65 88,8%

                      0,3318 0,0000 0,3318 0,6637

                      50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                      50,00 45,00 50,00 50-45-50 106,8%

                      0,1963 0,1590 0,1963 0,5517

                      35,6% 28,8% 35,6% 100,0%

                      80,00 0,00 80,00 80-0-80 58,6%

                      0,5027 0,0000 0,5027 1,0053

                      50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                      notar que os setups com válvula 00 usando injetores tamanho 60 e 65 para a idf40

                      ficam razoáveis. acima disto a redução da duração do jato já é significativa.

                      idf44

                      injetor válvula

                      cuba

                      injetor Área total duração

                      jato

                      [mm/100] [mm/100] [mm/100] [mm2] [%]

                      50,00 55,00 50,00 50-55-50 100,0%

                      0,1963 0,2376 0,1963 0,6303

                      31,2% 37,7% 31,2% 100,0%

                      50,00 0,00 50,00 50-0-50 160,5%

                      0,1963 0,0000 0,1963 0,3927

                      50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                      55,00 0,00 55,00 55-0-55 132,6%

                      0,2376 0,0000 0,2376 0,4752

                      50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                      55,00 45,00 55,00 55-45-55 99,4%

                      0,2376 0,1590 0,2376 0,6342

                      37,5% 25,1% 37,5% 100,0%

                      55,00 35,00 55,00 55-35-55 110,3%

                      0,2376 0,0962 0,2376 0,5714

                      41,6% 16,8% 41,6% 100,0%

                      60,00 0,00 60,00 60-0-60 111,5%

                      0,2827 0,0000 0,2827 0,5655

                      50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                      65,00 0,00 65,00 65-0-65 95,0%

                      0,3318 0,0000 0,3318 0,6637

                      50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                      70,00 0,00 70,00 70-0-70 81,9%

                      0,3848 0,0000 0,3848 0,7697

                      50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                      pode-se observar que o setup com os injetores 65 combinados com a válvula 00

                      oferece um bom resultado. a redução na duração do jato é da ordem de apenas 5%.

                      dcoe

                      injetor válvula

                      cuba

                      injetor Área total duração

                      jato

                      [mm/100] [mm/100] [mm/100] [mm2] [%]

                      45,00 45,00 45,00 45-45-45 100,0%

                      0,1590 0,1590 0,1590 0,4771

                      33,3% 33,3% 33,3% 100,0%

                      70,00 45,00 70,00 70-45-70 51,4%

                      0,3848 0,1590 0,3848 0,9287

                      41,4% 17,1% 41,4% 100,0%

                      55,00 0,00 55,00 55-0-55 100,4%

                      0,2376 0,0000 0,2376 0,4752

                      50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                      50,00 45,00 50,00 50-45-50 86,5%

                      0,1963 0,1590 0,1963 0,5517

                      35,6% 28,8% 35,6% 100,0%

                      50,00 0,00 50,00 50-0-50 121,5%

                      0,1963 0,0000 0,1963 0,3927

                      50,0% 0,0% 50,0% 100,0%

                      aqui, no caso da dcoe, o único ajuste que mantem a duração do jato ao mesmo

                      tempo em que aumenta significativamente a quantidade de combustível injetada, é o

                      caso dos injetores tamanho 55 com a válvula 00. qualquer outro ajuste com injetores

                      maiores do que isso deve ser evitado.

                      os outros circuitos de alimentação podem ser ajustados com o veículo em

                      dinamômetro, o que não ocorre com o circuito da bomba de aceleração. este acerto

                      tem que ser realizado em testes com o veículo na pista/rua.

                      o circuito da bomba de aceleração deve ser modificado somente depois que todos os

                      outros tenham sido otimizados.

                      um outro aspecto: mais acentuadamente nas dcoes, os injetores da bomba de

                      aceleração também funcionam como alimentadores aerodinâmicos, ou seja, em

                      elevado regime de rotação, os injetores vão fornecer combustível adicional que é

                      arrastado pelo vácuo do motor. isto ocorre em função de os injetores nas dcoes

                      estarem bem imersos no fluxo de ar para o motor após o venturi.

                      corrosão com Álcool

                      um último conselho. webers são feitas de uma liga de alumínio. alumínio sofre

                      corrosão em contato com álcool. a recomendação é simples: aplicar niquel químico.

                      não é muito caro e nem dá muito trabalho. vale a pena. a durabilidade aumenta muito

                      e o aspecto estético é ótimo.

                      estas dcoe45 na foto foram niqueladas:

                      ficamos por qui. acho que conseguimos dar uma pincelada em tudo que realmente

                      importa.

                      boa sorte !

                      olá spyder. seu texto é excelente ! baseado em prática e matemática, sem achismos ou ouvi dizer. dei a sorte de encontrar buscando uma receita básica para minhas duas weber 40 dcoe que estão comigo ha mais de 30 anos e estão semi novas. elas irão para um gol gts 1.8, projeto de longa data e que finalmente sairá do papel. pretendo manter a litragem original e rodar com gasolina (alcolina). farei balanceamento estático e dinâmico, cabeçote com fluxo otimizado (dúvida nos diâmetros de válvulas), taxa de 9,5/1, polia regulável, velas, bobina e cabos como manda. carro para usar no dia a dia e de vez em quando, ouvir a música das quatro cornetas tocando !

                      embora seu texto seja bem elucidativo, peço a gentileza de dicas, sugestões, receita de bolo ( caneta, ar, combustível, válvula de entrada de combustível, marcha lenta etc) muito grato. p.s. as fotos não aparecem no texto.

                      1 Resposta Última resposta

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